Depois do presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciar que vai buscar conhecimento em Israel, a empresa passou a ser citada como responsável por técnicas já em uso no Nordeste.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) informa que, ao contrário do que vem sendo divulgado em redes sociais e em alguns blogs, a instituição não desenvolveu nenhuma tecnologia de dessanilização de água e nem é responsável pela implantação de miniusinas de dessanilização no Nordeste.
O esclarecimento se tornou necessário depois de o presidente eleito, Jair Bolsonaro, ter declarado na última terça-feira (25/12) que fará parcerias com Israel para beneficiar o Nordeste. O país do Oriente Médio possui projetos de dessalinização de água para ser utilizada no deserto.
De acordo com o perfil de Bolsonaro no Twitter, o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, deve visitar em janeiro instalações de dessalinização israelenses para trazer a tenologia ao Brasil, em projetos piloto, já no primeiro mês de 2019.
Depois da declaração, a Embrapa passou a ser citada como detentora dessa tecnologia, mas a empresa esclarece que o desenvolvimento de tecnologias de dessanilização da água e a implantação de miniusinas com esse fim cabe ao Ministério do Meio Ambiente.
A pasta é responsável pela coordenação do Programa Água Doce, que atua em comunidades rurais do semiárido brasileiro para ampliar o acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio de sistemas de dessalinização de água salobra. O Programa foi lançado em 2004 e abrange nove Estados do Nordeste, além de Minas Gerais.
A Embrapa desenvolveu soluções tecnológicas para aproveitamento e uso de resíduos de dessalinização em cultivos de plantas alimentícias halófitas (resistentes à salinidade) e criação de peixes, esclarece a empresa.
Atualmente, os rejeitos do processo dos sistemas dessanilizadores em funcionamento no âmbito do programa Água Doce são utilizados para a criação de peixes e plantio de forrageiras para nutrição de caprinos – soluções desenvolvidas e validadas para o Semiárido.
Fonte: Globo Rural