Técnica reduz altura das araucárias e facilita o trabalho de catadores de pinhão

O trabalho desafiador dos catadores de pinhão nas araucárias acaba de receber um impulso significativo

Uma técnica inovadora desenvolvida pela Embrapa Florestas, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), está transformando a realidade desses profissionais ao reduzir o tamanho das araucárias, árvores das quais o pinhão é colhido. Essa técnica, conhecida como enxertia, tem o potencial de revolucionar a produção comercial de pinhão, diminuindo a pressão sobre as áreas nativas.

A enxertia é um processo que une duas plantas distintas para formar uma só. A parte inferior, chamada de cavalo, é responsável pelo desenvolvimento das raízes, enquanto a parte superior, denominada cavaleiro, dá origem à parte aérea da nova muda, onde ocorrerá a produção do pinhão. Com essa abordagem, é possível produzir araucárias de até 15 metros de altura, em comparação com os cerca de 30 metros das árvores convencionais.

Além de facilitar o trabalho dos agricultores, as araucárias enxertadas começam a produzir muito mais cedo do que aquelas plantadas a partir de sementes. O plantio convencional por semente pode levar de 12 a 20 anos para começar a produzir pinhas, enquanto as mudas enxertadas soltam suas primeiras pinhas em torno dos 6 a 8 anos de idade.

A notável precocidade das araucárias enxertadas despertou grande interesse entre os agricultores da região, e até motivou a criação de um programa municipal em Bituruna (PR) chamado “A Força das Araucárias”. Esse programa visa promover a adoção da técnica de enxertia, oferecendo suporte e incentivos aos produtores interessados em implementá-la.

Essa descoberta promissora tem impacto não apenas na segurança e eficiência do trabalho dos catadores de pinhão, mas também na preservação das áreas nativas de araucária. Ao reduzir a necessidade de escalar árvores de grande porte, a técnica de enxertia diminui a pressão sobre essas áreas e contribui para a sustentabilidade da produção de pinhão.

A Embrapa Florestas e a UFPR continuam trabalhando em pesquisas e estudos para aprimorar ainda mais a técnica de enxertia e disseminar seu uso em larga escala. A expectativa é de que, no futuro, os catadores de pinhão possam colher os frutos desejados em árvores menores, tornando seu trabalho mais seguro e eficiente, ao mesmo tempo em que se promove a preservação da natureza. Essa é uma vitória para todos os envolvidos na cadeia produtiva do pinhão e um passo importante rumo à sustentabilidade ambiental.

Via: Globo Rural

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM