As taxas dos contratos futuros de juros encerraram a segunda-feira em leve alta nos vencimentos mais longos
Com a maior parte dos investidores mantendo posições à espera das decisões de política monetária no Brasil e no exterior ao longo da semana. Durante boa parte da sessão, as taxas futuras oscilaram próximas dos patamares vistos no fim da sexta-feira, na ausência de notícias que pudessem alterar o cenário.
Pela manhã, o relatório Focus do Banco Central trouxe poucas mudanças nas projeções do mercado financeiro. A projeção para a inflação em 2023 passou de 4,93% para 4,86%, enquanto a expectativa para 2024 foi de 3,89% para 3,86%.
O Focus revelou ainda que a projeção do mercado para a alta do Produto Interno Bruto este ano passou de 2,64% para 2,89%. No próximo ano, foi de 1,47% para 1,50%.
Durante a tarde, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda melhorou a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano, passando a prever um crescimento de 3,2%, contra previsão de 2,5% feita em julho.
A secretaria também apresentou projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, uma estimativa de alta de 2,3%, a mesma prevista em julho.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que o governo observa uma melhora para o cenário de arrecadação em 2024, o que pode facilitar o atingimento da meta de resultado primário zero no próximo ano.
“O cenário para arrecadação do ano que vem melhorou, o que significa que é possível que o nível de arrecadação seja maior do que o previsto no Orçamento e que, portanto, o atingimento das metas fiscais seja até facilitado”, disse Mello.
Os números da SPE e os comentários de Mello, no entanto, pouco influenciaram as taxas.
“De forma geral, continuamos na expectativa tanto do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) quanto das demais decisões de juros. No Brasil, devemos ter o corte de 0,50 ponto percentual (da Selic), mas lá fora há maior dúvida, porque não se sabe qual será a sinalização do Federal Reserve sobre os juros”, comentou o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos.
Durante a tarde, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) registravam leves ganhos entre os contratos mais longos, enquanto no exterior o viés para os rendimentos dos Treasuries era negativo na ponta longa e positivo na ponta curta.
O movimento dos DIs no dia — bastante discreto — foi incapaz de alterar a precificação na curva a termo para o resultado do encontro do Copom, na próxima quarta-feira.
Perto do fechamento desta segunda-feira a curva a termo precificava zero chance de o corte da taxa básica Selic na próxima semana ser de 0,75 ponto percentual. Já as chances de corte de 0,50 ponto percentual eram precificadas em 100%. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,28%, ante 12,285% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,44%, ante 10,427% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 10,1%, ante 10,073%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,34%, ante 10,321%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,67%, ante 10,663%.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries de curto prazo seguiam em alta, enquanto os longos caíam. Os títulos norte-americanos seguiam precificando que o Fed manterá sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50% nesta semana, mas as dúvidas para os encontros de novembro e dezembro permaneciam.
Às 16:36 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dois anos –que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo– subia 3,10 pontos-base, a 5,0645%.
O rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 0,50 ponto-base, a 4,3165%.
Fonte: Reuters
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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