Taju de Garça: Raçador era Nelore Pintado?

Conheça a história do Taju de Garça, um dos maiores reprodutores ‘Nelore Pintado’; Seu Jayme Santos Miranda conta a história do raçador e como ele foi importante para o crescimento da raça Nelore Pintado

A história do Nelore se confunde com a pecuária brasileira. Ela contém muitos atores que ao longo das últimas décadas trouxeram o progresso e pujança ao setor, um deles contou uma história bem interessante que podemos atribuir a ela parte do sucesso que o Nelore Pintado está alcançando nos dias de hoje. A passagem foi relatada por seu Jayme Santos Miranda, titular da Estância JM, criatório berço do Gim e do Ludy de Garça.

A Estância JM se destaca no cenário nacional graças à qualidade genética. Nos anos 70, a paixão e a visão para os negócios passou a se dividir entre a cafeicultura e a pecuária de elite, quando então iniciou as atividades da Estância JM e a formação de um plantel de animais que ajudaram a mudar a genética do gado Nelore no Brasil, nasceram então os reprodutores GIM DE GARÇA e LUDY DE GARÇA, dois dos mais importantes genearcas da raça, divisores de águas da pecuária. Mais de 50% de rebanho nacional têm o sangue desses consagrados reprodutores.

Com animais premiadíssimos nas melhores exposições, e muito valorizados em leilões pelos 4 cantos do país, a marca JM tornou-se referência na pecuária seletiva nacional.

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Foto: Divulgação

Seu Jayme, em participação no podcast MF Cast, contou uma história bastante curiosa do reprodutor Taju de Garça, legítimo touro da raça Nelore. Durante o papo o nelorista comentou sobre o momento do Nelore Pintado, citando que a pelagem está na moda. O criador citou uma passagem com Hélio Correa de Assunção, criador que viria se tornar uma das grandes referências do Nelore Pintado no Brasil.

“O Helinho costumava visitar frequentemente nossos leilões. Em uma ocasião, fizemos uma promoção do sêmen do reprodutor Taju de Garça, que era um filho do Ludy, que produziu muito pouco sêmen mas era um garrote moderno, manchado, por essa razão não teve muito apelo comercial, chifre curto, grosso e morreu muito cedo. Meu pai deu vinte doses de sêmen para o Helinho Assunção, isso há cerca de 30 anos atrás, foi o começo do Nelore Pintado” – confessou o criador.

Segundo Seu Jayme o Taju tinha a peculiaridade de ‘pintar’ todos os seus filhos e filhas e isso fez com que muitos compradores parassem de adquirir sêmen dele, pois não queriam vacas pintadas. Mas o Helinho preservou, valorizava e queria preservar o gado pintado.

Se Jayme conta que recentemente recebeu um convite do Seu Hélio para receber uma homenagem, onde ele destacou a importância do sêmen doado do Taju de Garça para a formação do rebanho Nelore Pintado no Brasil. “Na ocasião, contei a história para todos presentes sobre como essa variedade foi preservada graças à dedicação do Helinho em manter o sangue do ‘TAJU’, o fundador da linhagem.” – destacou Jayme.

O criador ainda citou que grande parte dos machos campeões e fêmeas campeãs na Expozebu tem um sua genealogia Taju de Garça. Exemplo disso é a Grande Campeã da Expozebu 2024, uma filha do Badejo FIV GC (filho do Taju) da SL na Dinâmica GC da SL, considerada uma das mais perfeitas fêmeas já produzidas pela Fazenda São Lourenço.

Seu Jayme lamenta não ter cinco mil doses de sêmen para vender do reprodutor, mas diz que ainda resta uma reserva genética do touro em sua propriedade.

Taju de Garça é um dos grandes filhos dos Ludy de Garça. Pruduzia fêmeas muito leiteiras e férteis, sendo importante na formação de base de plantéis, principalmente no Nelore Pintado. Carcaça moderna aliada a muita beleza racial e funcionalidade são características marcantes desse reprodutor.

Foto: Faz. São Lourenço

Outro exemplo da importância do reprodutor para os rebanhos de pelagens é que ele é pai do touro considerado o mais ‘bonito do Brasil’. ‘Touraço’ e ‘raçudo’ sempre foram os atributos mais usados pelos amantes da raça quando o assunto era o raçador Badejo FIV GC da SL, já falecido., muitos criadores consideram o melhor Nelore Pintado de Preto de todos os tempos. O touro foi produzido pela Fazenda São Lourenço, localizada em Amambaí no Mato Grosso do Sul, do criador Geraldo de Souza Carvalho Junior.

Taju de Garça é registrado como raça Nelore, mas poderia facilmente ser considerado Nelore Pintado.

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