Tabapuã perde touro expoente da raça no Brasil

Grande expoente da raça Tabapuã, ACESSOR FIV CCC, contribuiu para o melhoramento genético da raça; recentemente o animal foi recordista de valorização da raça

A Tabapuã da Recanto anunciou nesta quarta-feira (06), através das suas redes sociais a morte do reprodutor Acessor FIV CCC. “Hoje [ontem] a raça Tabapuã amanheceu com a triste notícia da perca do reprodutor Acessor FIV CCC, um dos mais importantes da história da raça. O reprodutor foi Grande Campeão da Expozebu 2019, aos 34 meses de idade e pesando 1.180kg” – lamento o criador.

O animal era um dos principais reprodutores da raça no Brasil, tornou-se recordista de valorização da raça, quando foi valorizado em R$ 420.000,00. O recorde foi alcançado durante o “Leilão Grupo Daga e Convidados”, realizado em junho de 2021 pelo selecionador Gustavo Oliveira e Souza, titular do Grupo Daga de Edéia, Goiás. Atualmente a propriedade do animal era dividida entre os criadores Renato Oliveira Ximenes, da Fazenda Recanto Goiano e Antônio Augusto Amaro Junior da 3A Genética Animal.

Acessor FIV CCC [CCTA 4180] nasceu em 27/05/2016, tinha oito anos, era filho do touro Industrial de TAB na matriz Elegante CC, o animal contribuiu e continuará contribuindo muito para o melhoramento da raça Tabapuã. “É uma honra muito grande poder fazer parte da história do ACESSOR, tendo ele em nosso rebanho” – disse Renato.

Segundo o criador, o touro vinha se provando nos últimos anos fazendo vários campeões em provas pelo país. “Acessor possuía as duas principais linhas da raça Tabapuã, logo, fruto de uma genética extremamente consistente. Por isso ele sempre entregou ótimos resultados, especialmente para animais de pista, como a atual Grande Campeã Nacional 2024, a Fennix 02 FIV Daga, do expositor Gustavo Daga durante a Expozebu deste ano” – ressaltou Renato.

ACESSOR FIV CCC - Grande Campeao da raca Tabapua na Expozebu -2019
Foto: Jadir Bison

Segundo Renato, paralelamente as pistas, se olharmos para a produção a campo, Acessor padronizava o gado de forma fenomenal. “Eu mesmo tive animais filhos dele que participaram de provas de ganho de peso dentro da Embrapa Cerrados em Santo Antônio de Goiás na região central goiana, e que no teste de desempenho foi muito bem, sempre destacando-se como elite ou superior nos provas” – destacou o criador.

Renato ainda ressalta a importância do touro para a pecuária brasileira, principalmente pelo que produziu, a consistência e padronização que seus filhos herdaram serão sempre lembrados. “A credibilidade trazida pelas linhagens maternas e paternas do touro, que foram fundamentais para o crescimento da raça no Brasil” – disse.

Renato ressalta o grande sucesso que obtiveram no último leilão da Tabapuã da Recanto, muito por conta do remate de filhas do Acessor. “Isso aí também é muito importante, porque o acasalamento do Acessor com grandes campeãs nacionais são sempre os mais valorizados durante os leilões. É até reduntante falar, mas por onde ele passou, sempre produziu os animais mais valorizados” – finalizou o criador.

touros da raca tabapua em confinamento - fotao
Foto: Divulgação

Raça Tabapuã

O Tabapuã é uma raça brasileira fruto de cruzamentos entre o gado mocho nacional e animais de origem indiana. Foi na década de 40, no município de Tabapuã (SP), que a raça assumiu as características que perduram até hoje. Desenvolvido a partir de 1907, no município Leopoldo de Bulhões, no interior de Goiás, quando um produtor fez o cruzamento entre o mocho nacional e vários reprodutores indianos, levando a produção dos primeiros zebuínos mochos da história.

Informações da Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã, dão conta de que já em 1912 esses animais foram cruzados com o Nelore, resultando no conhecido gado baio mocho. E finalmente, em 1940, um produtor paulista, do município de Tabapuã, incluiu o Gir no cruzamento, resultando no Tabapuã atual.

Depois do Brahman e Indubrasil, o Tabapuã foi a terceira raça neo-zebuína a ser formada no mundo. Mas vale destacar que esta foi a primeira fundamentada nos preceitos de rigoroso planejamento zootécnico e também a primeira raça de zebu mocho formada no Brasil.

Após um longo processo de reconhecimento da raça, iniciado na década de 60, apenas em 1981 o Tabapuã ganhou status de raça.

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