O mundo da Pecuária é vasto e cheio de siglas e marcas que facilitam a comunicação no dia-a-dia, é bem simples de entender, confira nosso glossário das mais usadas, outras nem tanto.
A Pecuária, atividade pertencente ao setor primário da economia, é uma das principais áreas em termos de produção de riqueza no país, estando cada vez mais interligada ao meio industrial e mais dependente das transformações nas técnicas e nos recursos tecnológicos. Existem vários termos que você irá escutar em rodas de conversas, e para que você não fique sem entender, fizemos uma lista delas abaixo, com uma breve explicação.
Animais de origem PO / gado PO
O animal PO – Puro de Origem, é aquele animal que possui registro de uma associação e, portanto, tem sua genealogia conhecida e está dentro dos PADRÕES RACIAIS exigidos por esta associação de criadores.
São siglas para os termos puro de origem (PO), livro aberto (LA), puro por cruza (PC), puro por cruza de origem desconhecida (PCOD), puro por cruza de origem conhecida (PCOC), puro sintético (PS) e puro de origem importada (POI), respectivamente.
Em geral, as associações de criadores registram os seus animais nos livros PO e LA, como é o caso da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Para o animal ser registrado como PO, a associação exige ascendentes de origem conhecida desde que se fechou o livro de registro, em 1971. No livro aberto (LA), são incluídos os animais puros por cruzamento (PC), que atendem ao padrão da raça.
Animais de origem POI / gado POI
Até o final da década de 1990, na ABCZ, acasalamentos de animais PO com LA só dariam produtos PO após a quarta geração. Hoje, aceitam-se animais da segunda geração na categoria PO. O termo POI, por sua vez, é de apelo apenas comercial e usado para designar animais descendentes 100% de ancestrais importados. Não é reconhecido pela ABCZ, tendo em vista restrições legais de importação.
Gado CEIP
Uma importante ferramenta para identificar no universo da pecuária nacional a superioridade de um animal. Assim caracteriza-se o CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção). O objetivo é distinguir quais machos e fêmeas, independente da sua respectiva categoria, são realmente animais melhoradores.
O Certificado Especial de Identificação e Produção é emitido para machos e fêmeas, participantes de programa de melhoramento genético, que possuem capacidade comprovada para aumentar a produtividade dos rebanhos brasileiros.
Animais produtos de FIV
A Fertilização In Vitro em Bovinos. A produção in vitro de embriões é uma biotecnologia caracterizada pela recuperação e maturação dos oócitos colhidos de doadoras, pela fertilização dos oócitos maturados e pelo subseqüente cultivo in vitro dos embriões produzidos.
Com o uso da técnica de fertilização in vitro (FIV) na reprodução de bovinos leiteiros (exemplo), o caminho da seleção e do melhoramento genético pode ser encurtado em pelo menos três gerações ou cerca de 10 anos de seleção, permitindo rápidos saltos na produção e na qualidade do leite.
Caso de sucesso no FIV é o touro Fardo FIV Mutum, touro mais valorizado da história do Gir Leiteiro.
Protocolo IATF
Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) é uma biotecnologia desenvolvida para suprir as deficiências da inseminação artificial tradicional, que são as falhas de detecção de cios e a incapacidade de atingir fêmeas em anestro, período de completa inatividade sexual, durante o qual não há sinais de manifestação de cio.
A IATF é aplicada no rebanho através do uso de fármacos capazes de controlar e sincronizar o ciclo estral e a ovulação das vacas, de modo que, se possa inseminar essas fêmeas em horários pré-determinados e com boas taxas de concepção. Sendo também capaz de trazer fêmeas em anestro à ciclicidade (com a inclusão do hormônio eCG nos protocolos de IATF).
Este é um exemplo do ciclo usando IATF:
Siglas do gado leiteiro
- HPB: significa, geralmente, Holandês preto e branco;
- HVB: é, geralmente, Holandês vermelho e branco (variedades da raça);
- PC: quer dizer puro por cruza, significa que cinco gerações atrás um dos ascendentes não era da mesma raça, mas os descendentes foram sendo cruzados com animais puros, aumentando o grau de sangue até 31/32 avos;
Marca da Brucelose V0 … V9
É obrigatória a vacinação de todas as fêmeas daquelas espécies, entre 3 e 8 meses de idade, com amostra B19. Para induzir imunidade ou proteção contra a doença e diminuir a prevalência da brucelose bovina e bubalina. Quanto maior for o número de fêmeas vacinadas, maior será a imunidade do rebanho, menor o número de animais suscetíveis e menor a possibilidade de difusão da doença.
As bezerras deverão ser marcadas a ferro candente com a letra V, acompanhada do algarismo final do ano da vacinação, no lado esquerdo da face.
Exemplo: 2006, 2016, 2026 será V6
As fêmeas destinadas ao registro genealógico, quando devidamente identificadas, ou aquelas identificadas individualmente por sistema aprovado pelo MAPA, ficam excluídas da obrigatoriedade da marcação a fogo, sendo que, nesse caso, deverá ser utilizado modelo específico de atestado de vacinação.
Tradicional “Carangueijo”
Ao longo das últimas décadas, muitas foram as transformações vivenciadas pela pecuária brasileira. A ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) acompanhou esta evolução. Nestes últimos anos, o tradicional “carangueijo”, marca registrada da ABCZ, sob domínio da ABCZ foi estampado mais de 17 milhões de zebuínos (Fonte: ABCZ, 2014) em todo o país, como um sinônimo de padronização e qualidade do rebanho nacional. O que muita gente não sabe é que esta marca tão característica, está presente na história da ABCZ, desde a criação da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, em 1934.
Dentre as diversas famas de Uberaba, ser conhecida pela Capital do Zebu é uma delas. Lá, é onde fica instalada a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, a maior associação de pecuária zebuína do mundo, a ABCZ, com cerca de 24 mil associados. O legado da raça na cidade é o que faz com que este seja um dos pontos que atrai milhares de turistas anualmente para fecharem negócios milionários. Conheça a Capital do Zebu, o berço da pecuária zebuína do mundo!
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