Suspensão das exportações de carne bovina de fêmeas do Brasil terá pouco impacto, avalia setor 

Conforme adiantou o Estadão/Broadcast Agro, a medida adotada deve-se à suspeita do uso de estradiol na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

 O mercado pecuário deve ser pouco impactado pela decisão da União Europeia e do Reino Unido de suspender a importação de carne bovina de fêmeas do Brasil. Na avaliação da consultoria Agrifatto, as exportações de carne não devem ser significativamente afetadas por enquanto. “Não terá impacto imediato já que a participação das vacas sobre o total abatido diminui no segundo semestre.

Conforme adiantou o Estadão/Broadcast Agro, a medida adotada deve-se à suspeita do uso de estradiol na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Apenas animais machos serão considerados elegíveis para exportação até que um protocolo privado seja implementado para garantir que as fêmeas não tenham sido tratadas com o produto para fins reprodutivos ou zootécnicos.

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Em 2024, as exportações de carne bovina (in natura +industrializada) para a União Europeia somaram 42,96 mil toneladas, enquanto para o Reino Unido foram de 63,26 mil toneladas, representando 4,79% do volume total exportado pelo Brasil..

Embora a participação em volume seja relativamente pequena, a Agrifatto avalia que o impacto será mais significativo no faturamento. De janeiro a agosto deste ano as exportações para a União Europeia geraram US$ 325,38 milhões (4,3% do total). Enquanto os embarques para o Reino Unido geraram uma receita de US$ 195,83 milhões (2,6% do total).

Protecionismo europeu ameaça segurança alimentar

Assim como os analistas da Agrifatto, demais especialistas do setor também minimizam os efeitos da recente medida, no entanto trazem ao centro do debate a preocupação com a lei antidesmatamento (EUDR), aprovada pelo parlamento europeu e que entrará em vigor em 30 de dezembro deste ano. 

“Esse é só mais um entrave na relação entre Brasil e o bloco europeu. São verdadeiros absurdos o que os legisladores da Europa têm feito. O continente vai sofrer com segurança alimentar se continuar nessa toada, um protecionismo muito arriscado, com efeitos em diversas cadeias produtivas e diversos países”, disse uma fonte do setor.

“O receio é que a União Europeia é uma formadora de opinião em políticas públicas. Não estão olhando para tudo que o agro brasileiro vem produzindo com excelência, talvez devêssemos dizer não a eles”, diz um estrategista de mercado. Segundo ele, o Brasil poderia deixar de vender a proteína aos europeus e direcionar o volume a outros mercados. 

“Sobre esse lei, o Brasil já tem condições de oferecer soja, carne, milho de qualidade para atender o mercado europeu e para atender esse tipo de exigência”, afirma Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, citando como bom exemplo a produção em sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta).

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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