O novo episódio do CaniveteCast aborda os desafios da suplementação com o professor doutor Flávio Portela.
Com mais de 10 mil visualizações em duas semanas, a nova temporada do CaniveteCast chega ao terceiro episódio com um bate-papo sobre suplementação estratégica em sistema de produção a pasto. Flávio Portela, professor doutor titular do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq), Lainer Leite, médico veterinário e diretor de pesquisa e desenvolvimento de produtos da Nutripura, conversam como com Paulo Ozaki sobre os desafios da suplementação para além da ingestão de nutrientes.
Apesar de ser uma ferramenta utilizada há algum tempo na pecuária de corte, a suplementação não busca somente melhorar o desempenho do animal, sua aplicação correta e de forma completa interfere no sistema produtivo como um todo, proporcionando melhor aproveitamento do pasto por meio do manejo adequado.
De acordo com o professor Flávio Portela, apesar dos avanços em pesquisas e na aplicação das tecnologias dentro das propriedades, a suplementação pode ser mais bem explorada com relação ao manejo da pastagem, para aumentar o desempenho individual dos animais, mas também a produção de carne como um todo, analisando os números totais da propriedade.
“O pasto é a base da pecuária e precisamos evoluir nas pesquisas sobre manejo. Alguns produtores fazem a suplementação, mas sem manejar o pasto adequadamente e, com isso, não têm o máximo da resposta que a suplementação pode oferecer, sobretudo neste momento de margem cada vez mais apertada dentro da atividade”, explica Portela.
Pesquisas apontam que a combinação do aumento de 15% a 25% na taxa de lotação do pasto com o maior ganho de peso por animal, pode resultar num crescimento de até 80% na produção de carne por hectare. Atingir esses resultados, porém, requer um conhecimento sobre a propriedade, a performance dos animais e o manejo adequado para aproveitar o máximo que a pastagem tem a oferecer.
Segundo Lainer Leite, pesquisador da Nutripura, a suplementação deixou de ser uma ferramenta acessada apenas na fase final da atividade ou em período de seca. “Hoje temos a suplementação sendo aplicada de forma estratégica desde o sistema de cria, para emprenhar novilha aos 14 meses, até para diminuir ciclo da engorda dos animais, viabilizando a terminação aos 24 meses com peso de 22 a 23 arrobas”, exemplifica.
Mais do que melhorar os resultados da atividade, a suplementação também se faz necessária para que a pecuária tenha continuidade. Segundo Portela, existe uma demanda reprimida por carne muito grande, principalmente nos países mais pobres. Porém, com a chegada da agricultura nas áreas de pastagem e a limitação com relação à abertura de novas áreas, a suplementação se tornou fundamental dentro do processo produtivo. “A pressão em cima da pecuária é cada vez maior, com menos áreas disponíveis, agricultura avançando sobre as pastagens. A tecnificação se tornou essencial”.
Lainer Leite complementa que é preciso, além de tecnologia, qualificação e profissionalização para acessar as ferramentas existentes. “A pressão é grande na pecuária, exige profissionalização e os produtores têm respondido bem a isso. A pecuária mudou sua forma de trabalhar, sua demanda de capital, temos uma série de tecnologias, manejos disponíveis, mas tem que conhecer a propriedade e as ferramentas para acessar aquela que melhor vai atender a demanda”.
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