Exportações voltam a subir, mas ainda seguem inferiores a 2023; poder de compra melhora em relação ao milho e cai frente a soja, revela Cepea.
Sustentados pelo desempenho das exportações brasileiras de carne suína e também pela procura aquecida da proteína no mercado doméstico, os preços dos produtos suinícolas encerraram junho em alta, marcando o segundo mês consecutivo de avanço.
De acordo com acompanhamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na região paulista SP-5, que abrange os municípios de Sorocaba, São Paulo, Piracicaba, Campinas e Bragança Paulista, o preço médio do quilo do suíno vivo, no mercado independente, ficou em R$ 6,97, alta de 3% em relação ao observado em maio.
Dentre as praças monitoradas pelo Cepea na região Sul do país, em junho, o valor do animal negociado em Arapoti, Paraná, foi o que apresentou a valorização mais expressiva na comparação mensal, de 5,2%, com o quilo sendo precificado a R$ 7,04 em média.
Segundo o levantamento mensal, a forte demanda, observada sobretudo na primeira metade de junho, somada à oferta reduzida de animais em peso ideal para abate mantiveram elevados não só os valores de comercialização do suíno vivo, mas também os da carne.
Com a boa liquidez das vendas, a carcaça especial suína seguiu a tendência de alta do animal e se valorizou 4,5% de maio para junho, comercializada a R$ 10,31 o quilo no atacado da grande São Paulo. Para os cortes, na média das regiões paulistas, a elevação mais acentuada no preço foi registrada para o pernil com osso, de 7,1% no mesmo período, a R$ 11,09 o quilo em junho.
Exportações se recuperam em junho, mas seguem em baixa frente a 2023
Em junho, o Brasil exportou 105,9 mil toneladas de carne suína (considerando-se produtos in natura e processados), volume 2,5% superior ao de maio. Em igual comparação, a média diária de embarques foi de 4,7 mil toneladas, alta de 7,6%. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em receita os embarques suínos renderam US$ 233,8 milhões, em junho, 4,5% a mais que no mês anterior.
Apesar do bom resultado mensal, quando comparados ao mesmo mês de 2023, os números mostram retração de 1% em volume (mês fechado) e queda de 10,8% em receita.
Relação de troca: suinocultor paulista se fortalece ante o milho, mas perde poder frente a soja
O poder de compra do suinocultor paulista frente ao milho, importante insumo utilizado na atividade, aumentou no sexto mês do ano, impulsionado pela combinação de alta no preço do vivo, de cerca de 3%, com o quilo a R$ 6,97 em média, e queda no valor do cereal de 1,8%, com a saca negociada a R$ 57,86 em média (referência SP para ambos os valores).
Já em relação ao farelo de soja, outro insumo de importância para o setor suinícola, o poder de compra do produtor caiu. As negociações do complexo soja estiveram mais aquecidas no mercado brasileiro, resultado das firmes demandas doméstica e externa e da valorização do dólar frente ao real. Como resultado, as cotações subiram. De acordo com dados do Cepea, em Campinas (SP), o farelo de soja fechou junho com média de R$ 2,192 mil a tonelada, alta de 3,7% em relação a maio.
Dessa forma, revela o boletim mensal, considerando-se o suíno comercializado na região SP-5 e os insumos negociados no mercado de lotes da região de Campinas, o suinocultor paulista conseguiu adquirir 7,23 kg de milho com a venda de 1 kg de animal em junho, quantidade 10,2% maior que a do mês anterior. Em relação ao farelo de soja, o suinocultor pôde comprar 3,18 kg, 3,7% a menos no mesmo comparativo.
Fonte: Estadão Conteúdo
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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