Sucessão no agro: forme sucessores para proteger o negócio da família

Para que haja uma sucessão bem sucedida no agronegócio mantendo o negócio da família é necessário formar sucessores e não herdeiros; veja como o planejamento sucessório pode ajudar

Por Mariana Patricia* – No agronegócio, o sucesso de uma propriedade familiar vai além da geração de renda e produção de alimentos. Ele envolve a construção de um legado transmitido por gerações, composto por histórias e valores que precisam ser preservados. Por isso, o planejamento sucessório é essencial para em vez de só criar herdeiros, é essencial formar sucessores para assumir a gestão, dar continuidade e preservar o negócio familiar.

Para formar sucessores, é essencial envolvê-los nas atividades do dia a dia da fazenda, o que proporciona o conhecimento do negócio e a experiência prática para assumir a gestão da fazenda, fazendo com que eles se sintam parte do legado e comecem a entender a responsabilidade de gerenciar o patrimônio familiar.

Atualmente, muito se fala sobre o planejamento sucessório, e vale destacar que um dos seus principais objetivos é ajudar na formação dos sucessores e no processo de transição do negócio, através de estratégias que envolvam os membros da família.

Além disso, uma das suas principais vantagens é a redução de conflitos familiares. A falta de um plano estruturado aumenta as chances de disputas sobre a divisão de bens, o que pode prejudicar a família e a continuidade do negócio. Um planejamento adequado não só previne esses desentendimentos, mas também promove um ambiente de harmonia, facilitando o processo de transição.

Outro benefício importante e fundamental do planejamento sucessório é a redução de custos e da burocracia. O processo de inventário, por exemplo, costuma ser demorado e gera gastos altos, o que compromete a continuidade da fazenda. Com uma estratégia sucessória, é possível reduzir os custos com impostos e taxas, além de diminuir a burocracia envolvida, simplificando o processo de transferência de bens e agilizando a continuidade das atividades da fazenda.

A preservação do patrimônio é um dos pontos principais. Sem um plano sucessório, há o risco de fragmentação da fazenda, ou seja, a fazenda é dividida em várias partes menores, o que prejudica a viabilidade econômica do negócio.

O planejamento sucessório garante que a propriedade se mantenha, possibilitando que a próxima geração preserve o trabalho e legado iniciado pelo patriarca/matriarca.

Uma estratégia eficaz no planejamento sucessório é a criação de uma holding familiar, que possibilita o envolvimento dos familiares no negócio. Essa estrutura facilita a organização do patrimônio e permite que a gestão seja centralizada e bem estruturada. A holding também ajuda a definir as regras de participação de cada membro da família, evitando conflitos familiares. Além disso, pode reduzir a carga tributária na transmissão dos bens, protegendo o patrimônio familiar e proporcionando uma economia financeira e de tempo permitindo que os investimentos sejam feitos na propriedade.

Assim, o planejamento é importante para estabelecer regras e valores claros. Além de definir como a fazenda será administrada e as responsabilidades de cada membro da família o que assegura que todos estejam alinhados, garantido sua continuidade e preservação.

O planejamento sucessório para o produtor rural é, acima de tudo, um comprometimento com o futuro do agronegócio. Formar sucessores capacitados e engajados é garantir que o seu trabalho árduo de uma vida ou até mesmo que já vem de várias gerações não se perca. Ao preparar a próxima geração e planejar o futuro do negócio, você investe na continuidade da sua fazenda e na segurança da sua família, preservando seus valores e legado.

O futuro da sua fazenda depende das escolhas que você faz hoje. O investimento no planejamento sucessório e na preparação dos sucessores irá preservar seu legado e garantir o crescimento do seu negócio. O futuro da sua fazenda e de toda uma história de dedicação e trabalho dependem da sua decisão.

Mariana Patricia é advogada especialista em Direito do Agronegócio e Tributação no Agronegócio – Sócia Fundadora do escritório Mariana Patricia Advocacia.

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