Status sanitário de livre de aftosa é concedido ao Rio Grande do Sul

Status sanitário de livre de aftosa gaúcho já reflete em procura por touros e gado comercial; entidades reforçam que novo status trará grandes desafios

O Instituto Desenvolve Pecuária parabeniza a todos os órgãos federais e estaduais que trabalharam para o Rio Grande do Sul atingir o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. A concessão do título pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ocorreu nesta quinta-feira, dia 27 de maio. A entidade ressalta os grandes desafios a serem enfrentados e entende que a informação ao produtor será um insumo de vital importância.

Novo status sanitário gaúcho já reflete em procura por touros e gado comercial. Para o especialista, essa abertura de fronteiras vai melhorar a venda da genética do Rio Grande do Sul. “Esse fato de as fronteiras estarem fechadas há tanto tempo e só poder introduzir por embriões, vai fazer com que a procura tanto de machos quanto de fêmeas seja muito grande. Já tivemos contatos de criadores de Santa Catarina que nos consultaram sobre preços de touros pensando em antecipar as compras porque os números têm sido bem maiores do que no Rio Grande do Sul”, salienta.

Silva reforça que não só a genética mas o gado de reposição vai ter uma procura muito grande, pois os preços no mercado catarinense estão entre 20% a 30% acima dos praticados no Rio Grande do Sul. “O gado comercial terá um volume significativo. O terneiro, aqui no Estado, andamos praticando o valor de R$ 15,00 e no território catarinense está por volta de R$ 20,00. Acho que teremos uma demanda acentuada e assim que tivermos essa liberação o pessoal que tem remates programados irá sentir positivamente os efeitos”, observa.

Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, este novo status de livre de aftosa sem vacinação mostra que o Rio Grande do Sul e sua agropecuária estão avançando para o futuro e evoluindo. “É uma agropecuária madura que representa muito para o Estado, para o país e para o mundo. Claro que esperamos que os governos mantenham uma vigilância rígida sobre nossas fronteiras, haja vista que temos fronteiras enormes com outros países”, destaca.

O presidente da Gadolando reforça que o gado leiteiro tem um ciclo diferente do gado de corte, já que os animais não vão para o abate e tem uma vida mais longa e, assim, sujeitos à enfermidade. “Por isso, se tivermos um problema sanitário, poderemos perder uma genética de anos e vai todo o lucro cessante dentro de uma propriedade, pois temos coletas diárias de leite. Abatendo a nossa matriz não temos remuneração”, salienta, acrescentando que será necessário um plano de indenização em caso de abate.

Novo status sanitário do Rio Grande do Sul trará grandes desafios

Conforme o vice-presidente do Instituto, Paulo Costa Ebbesen, a entidade irá trabalhar junto aos seus associados no sentido de conscientizá-los sobre a necessidade de participação no processo de manutenção desse status. “O Instituto Desenvolve Pecuária tem a consciência do papel fundamental do produtor neste processo, uma vez que ele é um dos elos mais importantes desta cadeia. Portanto, a entidade se coloca à disposição para colaborar com os organismos oficiais para manter esta certificação que afeta diretamente a economia do Estado”, destaca.

O vice-presidente do Instituto Desenvolve Pecuária também salienta a questão do sistema de vigilância sanitária no Estado. Coloca que uma das preocupações é com relação à atuação nos portos, aeroportos, rodovias e fronteiras. “Isso nos preocupa, uma vez que não temos certeza de quão efetivos são os recursos disponíveis tanto para a área operacional quanto para a vigilância das nossas fronteiras”, observa, salientando, ainda, que outra indagação é se já existem estudos por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para viabilizar mercados que possam remunerar o produtor de forma diferenciada.

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