Sorgo vira aposta para revigorar pecuária em solos do Arenito Caiuá

Pesquisas serão apresentadas em Dia de Campo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) em Paranavaí (PR), no dia 19 de julho.

Ocupando mais de três milhões de hectares no noroeste do Paraná, o Arenito Caiuá se caracteriza por solos e condições desafiadoras em diferentes aspectos. A produção agropecuária por lá exige esforços, manejo e tecnologia para conter riscos. Não é à toa que nos últimos vinte anos a área de pastagens na região apresentou redução de 43%, ocupando 837.870 hectares em 2021, boa parte com algum grau de degradação (MapBiomas, 2021). Mas algumas organizações estão trabalhando duro para reverter isso.

Exemplo é o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar/Emater (IDR). No dia 19 de julho, a instituição realiza Dia de Campo para apresentar resultados de pesquisas que avaliam o uso de sorgo como elemento potencializador da atividade pecuária na região.

Estudos e mapeamentos feitos nas últimas décadas mostram que o Arenito Caiuá carrega um clima quente no verão com picos de temperaturas muito elevados nos meses de janeiro e fevereiro e sujeito a irregularidades no regime de chuvas. Isso potencializa a ocorrência de veranicos (longo período sem chuvas em plena estação das águas). O inverno geralmente é bastante seco com ocorrência ocasional de geadas. Os solos, mesmo com boas profundidades, são arenosos, com baixo teor de matéria orgânica, reduzida capacidade de retenção de água e sujeitos à erosão.

Mesmo com estas dificuldades e redução sensível da área usada na produção pecuária, a região Noroeste do Paraná ainda é considerada a principal produtora de bovinos de corte do estado. No entanto, as margens cada vez mais ajustadas estão exigindo adaptações, ajustes e adoção de novos cultivos que possam subsidiar a alimentação animal. É nesse contexto que o sorgo pede passagem. Sua elevada eficiência na utilização da água e maior tolerância ao estresse hídrico são considerados pontos de vantagem sobre o milho, que vem penando nos últimos anos na região em função do maior risco de perda de safra.

Além disso, pragas como a cigarrinha vêm levando alguns produtores a migrar pelo menos parte de suas lavouras de milho para o sorgo. Mas a ausência de informações técnicas mais detalhadas e abundantes sobre este cereal acabou levando o IDR-Paraná a desenvolver estudos sobre seu uso na alimentação de bovinos (seja em grãos ou como silagem) e apresentá-los, agora, aos pecuaristas interessados.

O Dia de Campo está marcado para acontecer das 08h30 às 12h30 no Polo de Pesquisa e Inovação IDR-Paraná, em Paranavaí, PR.

Na abertura do evento, o IDR apresentará o estudo “Produção de Sorgo em Sipa (Sistemas Integrados de Produção Agropecuária): Desafios e Oportunidades”. Em seguida o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Frederico Botelho apresentará o “Movimento + Sorgo”, criado em parceria com a Latina Seeds (para estímulo de cultivo e uso do cereal), que na mesma estação fará a apresentação de suas tecnologias.

O evento ainda vai discutir e entregar resultados de outros estudos como “Uso de Silagem de Capiaçu e Sorgo na Terminação de Bovinos”; “Infiltração e Armazenamento de Água em sistemas integrados no Arenito” e “Uso de Sorgo Granífero na Alimentação de Bovinos de Corte”.

Fonte: Assessoria

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