No dia nacional desse importante recurso, uma reflexão sobre a necessidade de usar produtos e técnicas de correção e nutrição, para favorecer o desenvolvimento das culturas.
A agropecuária brasileira está se consolidando como o maior fornecedor mundial sustentável de alimentos, bioenergia e outros produtos. Segundo fontes oficiais e especialistas do setor, em 2021, nossa participação no mercado mundial de soja passará de 50%, seremos responsáveis por quase 80% do mercado de suco de laranja e a metade de todo o açúcar transacionado no mundo. Somos um dos maiores produtores de proteína animal, milho, algodão, papel e celulose, biocombustíveis e bioinsumos.
Dados de 2018 da Embrapa Territorial mostram que nossa agropecuária utiliza apenas 30,2% do território brasileiro e ainda se destina a 48% das áreas dos imóveis rurais à preservação da vegetação nativa (26% do país). Portanto, em se tratando de Agropecuária do Brasil é modelo para o mundo.
“Dentro da porteira” a produtividade da grande maioria das culturas vem crescendo ano a ano utilizando-se de fontes, tais como genética, biotecnologia, imagens de satélite, máquinas e equipamentos guiados por satélite e fertilizantes de alta eficiência, rotação de culturas, entre outras. No entanto, sem o cuidado constante com o solo, o potencial produtivo não acontece. É necessário despertar e perpetuar o potencial máximo do solo.
Hoje, dia 15 de abril, é comemorado o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data é uma homenagem a Hugh Hammond Bennett, o pai da conservação do solo nos Estados Unidos. A estudar proposta uma reflexão sobre a conservação da terra e a necessidade da utilização adequada desse recurso natural, o maior patrimônio do produtor rural, devendo ser utilizado com muita responsabilidade e com especial atenção aos três pilares da “saúde” do solo: os componentes químicos, biológicos e biológicos. Várias técnicas são utilizadas para a melhoria da fertilidade e conservação dos solos, dentre elas destaco a utilização de corretivos da acidez do solo e o Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP).
Os solos brasileiros, em especial os do Bioma Cerrado, possuem pH naturalmente ácido que leva a uma disponibilidade de disponibilidade de alguns nutrientes essenciais ao bom desenvolvimento das plantas.
A utilização dos corretivos é um dos principais fatores para viabilizar o cultivo neste Bioma, pois, além de elevar o pH do solo, também fornece os nutrientes Cálcio e Magnésio para as plantas, favorecendo o desenvolvimento das raízes.
Nossos estudos mostram que uso de calcário agrícola na cultura de soja resulta ganhos de produtividade de mais de 15%. Em 2020, a utilização de 45 milhões de toneladas desse insumo essencial no Brasil, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal).
“Plantio Direto da Palha (PDP) controla a erosão, reduz a perda de água, melhora o equilíbrio da temperatura do solo, promove maior atividade biológica e o aumento da matéria orgânica” “
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Já o Sistema de Plantio Direto na Palha teve início comercial no Brasil em 1992 no Paraná pelo pioneiro Herbert Bartz e hoje já ocupa cerca de 35 milhões de hectares em todo o Brasil, segundo dados da Federação Brasileira de Plantio Direto (FEBRAPDP). Esta técnica compreende o plantio da nova cultura sobre a palhada da cultura anterior, sem o revolvimento do solo, conferindo ao sistema alguns benefícios como o controle da erosão, menor perda de água, melhor equilíbrio da temperatura do solo, maior atividade biológica e o aumento da matéria orgânica.
Cuidar do solo é primordial para garantir a eficiência da lavoura. Por isso, é necessário utilizar produtos e técnicas para correção, nutrição e manutenção que despertem e perpetuem o potencial máximo do solo, corrigindo a acidez, promovendo a liberação de nutrientes em profundidade e proporcionando maior desenvolvimento radicular, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos.
* Artur Cesaretti Pereira é engenheiro agrônomo e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Viter, unidade de negócios de insumos agrícolas da Votorantim Cimentos.
Fonte: Globo Rural