Soja segue líder nas relações Brasil-China, apesar do trabalho para diversificação da pauta exportadora. Confira a análise abaixo!
Há muito debatida pelos líderes do agronegócio brasileiro, a diversificação da pauta exportadora do Brasil para a China foi tema de discussão também no webinar Agricultura e Inovação: Um olhar estratégico para as relações entre Brasil e China, promovido pelo Conselho Empresarial Braisl-China nesta quinta-feira (23). Ainda assim, a liderança da soja nas relações comerciais entre os dois países é soberana.
A diretora da Cofco no Brasil, uma das maiores estatais chinesas compradoras de grãos, afirmou durante o seminário que o atual momento traz importante sustentação às importações de soja pela China.
“E isso se dá por dois fatores: o primeiro deles é pelo próprio momento causado pelo Covid-19, que aumentou a demanda por alimentos, e a recuperação dos planteis de suínos depois dos problemas com a Peste Suína Africana em 2018 e 2019. Então, essa demanda maior por ração sustenta as importações de soja”, diz.
Felizmente, ainda como complementou Carolina, a pandemia do novo coronavírus não causou rupturas severas nas operações da Cofco com a soja no Brasil, mantendo o fluxo forte da oleaginosa para a nação asiática.
As imagens abaixo mostram o fluxo de navios carregados com soja saindo do portos do Brasil com direção à China em maio, junho e julho. E embora o ritmo um pouco menor neste mês, ainda é forte. E muito forte.
DIVERSIFICAÇÃO DA PAUTA
A soja segue liderando não só as exportações agropecuárias brasileiras – com a China como seu principal destino – como já é o principal item da pauta exportadora do Brasil. “Estamos focados em um produto, um país, mas é prioridade no Ministério da Agricultura ampliar o número de mercados e de produtos”, disse o embaixador Orlando Leite Ribeiro, do Ministério da Agricultura.
A China já abriu seu mercado para lácteos, farelo de algodão, miúdos de suínos, melão do Brasil, entre outros produtos nos últimos meses. E em negociação estão mais outros, como farelo de soja, polpa cítrica, amendoim, uva, além de estar sendo discutido também o protocolo do milho. Tudo como forma de ampliar a participação do Brasil no grande e exigente mercado do gigante asiático.
Afinal, como explicou Ministro Conselheiro Qu Yuhui da Embaixada da China no Brasil, o processo de urbanização na China continua forte, pujante, e já resulta na maior classe média do mundo com 400 milhões de pessoas, consumindo mais e melhor. “Buscamos a autossuficiência em alguns alimentos como grãos e cereais, mas sabemos da dependência, principalmente do Brasil, em outros itens, como carnes, por exemplo.
A expectativa é de que a China dobre sua demanda por produtos agrícolas até 2050.
SUSTENTABILIDADE
A representante da estatal chinesa também falou sobre a intenção da empresa de rastrear toda a soja brasileira comprada até 2023, todavia, reafirmou a sustentabilidade do produto do Brasil.
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“Temos trabalhado com muita tecnologia, monitoramento por satélite, treinamento das nossas equipes, links entre nossos contratos e carregamento físico do produto, além de estarmos mais próximos do produtor rural no campo”, diz.
A sustentabilidade e responsabilidade da produção agropecuária brasileira foi reforçada, inclusive, por Rodrigo Santos da Bayer Crop Science, que também participou do painel. “Queremos produzir mais, em uma mesma área. Nos últimos 20 anos, a produtividade do Brasil cresceu 3% ao ano, nenhum outro país fez isso. O Brasil é um modelo para a agricultura tropical”, afirmou.
Com informações do Notícias Agrícolas