Soja, milho, boi: o que esperar para os próximos dias

Aumento da oferta influencia mercado de grãos, enquanto demanda aquecida sustenta cotação da arroba bovina.

A tendência de baixa nos preços da soja deve continuar marcando o mercado nas próximas semanas. A evolução do plantio da safra 2024/25 na América do Sul e as perspectivas de uma oferta global mais robusta são os fatores que influenciam o cenário.

Na última semana, a saca de soja no mercado físico de Paranaguá-PR foi negociada a R$ 143,61, representando uma queda de 1,5%. No mercado futuro, os contratos de janeiro encerraram a semana em US$ 9,98 por bushel (equivalente a R$ 127,20 por saca), enquanto na B3, os contratos para o mesmo mês registraram desvalorização de 2,3%, com a saca de 60 kg cotada a R$ 125,83.

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“O movimento de baixa observado foi impactado pelas quedas nos complexos grãos e dos derivados da oleaginosa na última semana”, avalia a Markestrat. Segundo a consultoria, os preços apresentaram uma valorização inicial após o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado no fim da primeira semana de novembro. 

No entanto, a divulgação do levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) trouxe pressão sobre as cotações. O relatório estimou um aumento de 2,6% na área plantada, aliado a melhorias na produtividade. Com isso, a produção esperada foi elevada em 12,5% em relação à safra anterior, alcançando 166,14 milhões de toneladas.

Milho

Assim como na soja, há tendência de queda também para o milho. Na última semana, os contratos futuros do grão na B3 (Bolsa de Valores brasileira) para janeiro e março tiveram quedas expressivas, de 2,8% e 2,4%, sendo negociados a R$ 74,61 e R$ 74,92 por saca, respectivamente. 

Em Chicago, os contratos para dezembro fecharam a US$ 4,24 por bushel (equivalente a R$ 54,02 por saca), queda de 1,1%. Já os vencimentos para março recuaram 1,2%, negociados a US$ 4,35 por bushel (R$ 55,42 por saca).

No mercado físico, a saca de 60 kg foi negociada a R$ 74,67, representando um leve avanço de 0,2% na semana no indicador Cepea, base Campinas. 

“As quedas nos preços também foram influenciadas pelo último relatório da CONAB, que apontou melhora na produtividade das lavouras e aumento na produção de milho primeira safra, apesar da redução de 5,2% na área plantada prevista”, dizem os especialistas da Markestrat. 

Boi

A tendência de preços firmes para a arroba do boi gordo segue mantida. Segundo a consultoria, no médio prazo, as festividades de final de ano devem manter a demanda elevada, enquanto a maior oferta de animais típica do período provavelmente não será suficiente para pressionar os preços para baixo. 

Na última semana, os preços da arroba do boi gordo mantiveram alta no mercado físico. Mesmo com a semana encurtada pelo feriado, os preços subiram 2,3%, encerrando o período a R$ 342,20 por arroba. “Para os próximos meses, espera-se um movimento mais moderado, com possíveis ajustes negativos nos preços no mercado físico, mas de forma branda”, alerta a Markestrat em relatório.

No mercado financeiro, os contratos futuros do boi gordo na B3 também subiram em todos os vencimentos. “O avanço reflete a oferta restrita frente à alta demanda, mesmo com escalas começando a se alongar”, explica a consultoria.

Os contratos de novembro valorizaram 1,3%, fechando a R$ 342,30 por arroba. Já os contratos para dezembro e janeiro subiram 1,9% e 1%, encerrando em R$ 339,20 e R$ 331,45 por arroba, respectivamente.

Nas categorias de reposição, o preço do bezerro em São Paulo subiu 2% durante a semana, fechando a R$ 2.433,76 por cabeça. A relação de troca entre arrobas e bezerros permaneceu estável, mas há sinais de melhora nas próximas semanas.

Café

O cenário de oferta restrita segue ditando os rumos das cotações do café. Os preços do grão mantiveram a trajetória de valorização na última semana, com fortes altas registradas tanto no mercado físico quanto no mercado futuro.

No indicador Cepea, o café arábica subiu 10,2%, sendo negociado a R$ 1.755,95 por saca. Já o tipo robusta teve valorização de 6,1%, alcançando R$ 1.588,70 por saca.

No mercado futuro, os preços também subiram. Em Nova York, o contrato de café arábica  foi negociado a R$ 2.154,54 por saca na sexta-feira, 15, registrando uma alta de 6,9% na semana. Em Londres, o café robusta foi cotado a R$ 1.653,20 por saca, com valorização de 5,1%.

Segundo a Markestrat, a expectativa para as próximas semanas é de continuidade na

valorização dos preços, impulsionada pelo período de entressafra nas principais regiões produtoras.

Algodão

Uma oferta global abundante e uma menor demanda internacional têm derrubado as cotações do algodão. 

No mercado interno, a pluma teve desvalorização de 0,8% na última semana, sendo negociada a R$ 129,68 por arroba. No mercado futuro, os contratos com vencimento em dezembro na bolsa de Chicago caíram 2,9%, fechando a semana a R$ 127,70 por arroba.

A expectativa de aumento no volume de produção no Brasil para a safra 2024/25 também “tem mantido o mercado em tendência baixista”. 

Cana-de-açúcar

Os preços do açúcar e do etanol subiram na última semana no mercado físico. Segundo especialistas da Markestrat, o movimento reflete a entressafra da cana-de-açúcar no Brasil e a forte demanda pelos produtos.

No período, o açúcar registrou alta de 0,6%, com a saca negociada a R$ 167,72. No mercado futuro, os contratos para março em Chicago subiram 1,2%, cotados a R$ 165,22 por saca.

O etanol também apresentou valorização. No mercado físico, os preços subiram 1%, fechando a R$ 2,63 por litro. No mercado futuro, os contratos para novembro avançaram 0,4%, encerrando a R$ 2,73 por litro.

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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