Os efeitos do La Niña nas lavouras de soja da América do Sul podem impactar os preços em Chicago; Confira a tendência para os preços!
Para a próxima semana, um dos principais fatores que deve mexer com o mercado de soja é o cenário de oferta e demanda do grão no exterior. Para o Brasil, o andamento do plantio seguirá como foco dos players. Os efeitos do La Niña nas lavouras da América do Sul podem impactar os preços em Chicago
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque.
- Os players do mercado de soja permanecem com as atenções voltadas para fatores fundamentais ligados à oferta e à demanda da oleaginosa. A situação dos estoques norte-americanos, a demanda chinesa pela soja dos Estados Unidos e o clima para o plantio e desenvolvimento da nova safra sul-americana permanecem como fatores centrais para o mercado. No lado financeiro, o mercado avalia a evolução da segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus no hemisfério Norte e seus impactos socioeconômicos;
- Após o USDA indicar, na semana passada, cortes relevantes na safra e nos estoques dos EUA da temporada 2020/21, o mercado naturalmente ganhou força em Chicago e ficou mais sensível diante deste aperto no quadro de oferta e demanda norte-americano. Junto a isso, as vendas para exportação continuaram sendo anunciadas, e o volume registrado, até o momento, é inédito para esta época do ano. Frente a esta forte demanda por exportação, o mercado já começa a especular que o USDA, em seu próximo relatório de oferta e demanda, elevar sua estimativa de exportações dos EUA, fato que apertaria ainda mais os estoques de passagem;
- Completando este quadro de aperto nos estoques norte-americanos, os atrasos no plantio da nova safra brasileira devem levar a manutenção de uma demanda maior pela soja dos EUA até final de janeiro, visto que provavelmente não teremos volumes relevantes de soja disponível no Brasil antes de fevereiro;
- No lado da oferta, o clima na América do Sul ganha cada vez mais como fator para Chicago. A irregularidade de chuvas no continente somada aos atrasos na semeadura no Brasil e tendência de intensificação dos efeitos do La Niña nas próximas semanas colocam em xeque a nova safra sul-americana. Se o clima não melhorar, deveremos ter perdas produtivas em alguns importantes estados do Brasil, além de perdas em outros países como Argentina, Paraguai e Uruguai;
- Esta possibilidade de perdas já começa a ser refletida nos contratos futuros em Chicago;
- No lado financeiro, a última semana foi um pouco mais tranquila, embora o número de casos do novo coronavírus continue a crescer no Hemisfério Norte. Notícias positivas envolvendo as vacinas, com possibilidade de antecipação de registros e início da vacinação em alguns países, deram o tom positivo para os mercados, ajudando também Chicago.
Fonte: Agência Safras