País ainda é o grande exportador de soja para a China, mas safra de soja dos Estados Unidos está saindo mais barata em contratos para julho-agosto.
Um forte adversário para a soja brasileira está firmando espaço no mercado chinês, afirmação foi feita por Renan Monteiro em matéria divulgada pela Veja. A produção do Golfo dos Estados Unidos passou a competir com a produção brasileira, chegando, em determinado período, a apresentar um preço mais baixo, e, portanto, mais atrativo para a China – maior importador de soja do mundo.
Em última análise, se a tendência continuar, os preços da soja no Brasil terão de ficar menores. Outro fator importante a ser considerado é a questão tributária que segue sendo discutida pelo Congresso. A China importou 28,743 milhões de toneladas de soja do Brasil de janeiro a maio de 2022. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o volume é 12% inferior às 32,735 milhões de toneladas em 2021. O país é o maior comprador da oleaginosa brasileira.
Atualmente, segundo os dados preliminares, as exportações brasileiras da oleaginosa, estão com uma média de 383,09 mil toneladas embarcadas diariamente, as exportações de soja ficaram em 3,06 milhões de toneladas nos primeiros 8 dias úteis de jun/22, recuo de 20,7% ante a média diária registrada no mês passado e avanço de 23,9% comparado ao mesmo período no ano passado.
Segundo análise da S&P Global, a soja brasileira ainda é a opção mais competitiva, pela ampla oferta, aos embarques à China no início de julho. Porém, a preocupação para os produtores brasileiros será com as vendas a partir de meados do próximo mês e em agosto, pois a safra de soja dos EUA está saindo menos custosa, conforme as negociações prévias.
Um carregamento do Golfo dos EUA para julho-agosto foi negociado ao equivalente a 333 centavos de dólar por bushel (cerca de 27 kg), enquanto no Brasil a oferta no período está sendo negociada a 335 centavos/bu, nos valores aproximados.
Os dados contrastam com a tendência recente. Segundo a Administração Geral das Alfândegas, a China recebeu 6,3 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil só no mês de abril, um aumento de 120% em relação a março de 2022.
Todavia, na sexta-feira, 10, o Departamento de Agricultura dos EUA reduziu sua perspectiva de estoques para a safra 2022/23 – de 310 milhões para 280 milhões – considerando a forte demanda para exportação norte-americana.
SOJA EUA 2022/23
No cenário norte-americanos, os números ficaram praticamente inalterados para a safra 2022/23, com apenas uma redução nos estoques finais de 8,43 para 7,62 milhões de toneladas, dentro da expectativa do mercado de 6,8 a 13,55 milhões de toneladas, com média de 8,36 milhões.
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SOJA MUNDO 2022/23
Já no quadro mundial, as mudanças foram mais substanciais. A produção global da oleaginosa passou de 394,69 para 395,37 milhõe de toneladas. Assim, os estoques finais também foram revisados para cima, passando de 99,6 para 100,46 milhões de toneladas.
Os estoques finais esperados para o Brasil e a Argentina também foram revisados para cima ficando em, respectivamente, 30,76 e 23,51 milhões de toneladas, sempre considerando o ano safra dos EUA.