Os preços da soja dispararam no Brasil e na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) no mês de fevereiro. Mas a comercialização avançou pouco.
Apesar da variação negativa dos futuros em Chicago, a soja se manteve firme no mercado físico brasileiro, sustentada pelos prêmios. Em Paranaguá/PR, a oleaginosa é comercializada na média de R$ 204,00/sc. Na CBOT, os contratos futuros de soja fecharam a sexta-feira em queda com traders embolsando lucros, que já acumulava uma valorização de mais de 5% na semana. Com isso, o vencimento mar/22 ficou cotado em US$ 16,76/bu, desvalorização de 0,24%.
Os preços da soja dispararam no Brasil e na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) no mês de fevereiro. Mas a comercialização avançou pouco. As preocupações com a quebra na safra sul-americana, a boa demanda pela soja dos Estados Unidos e a preocupação com a guerra na Ucrânia impulsionaram as cotações.
Fechamento da semana
Os contratos com vencimento em maio acumularam valorização de 11,5% entre o final de janeiro e 3 de março, com o preço fechando ontem a US$ 16,67 ¾ por bushel. O dólar comercial, no entanto, recuou 5,3% para R$ 5,028, chegando a operar abaixo de R$ 5,00.
– Passo Fundo (RS): a saca de 60 quilos ficou em R$ 209,00
– Região das Missões: a cotação estabilizou em R$ 208,00
– Porto de Rio Grande: o preço permaneceu em R$ 212,00
– Cascavel (PR): o preço subiu de R$ 199,00 para R$ 200,00 a saca
– Porto de Paranaguá (PR): a saca avançou de R$ 204,00 para R$ 205,00
– Rondonópolis (MT): a saca aumentou de R$ 189,00 para R$ 190,00
– Dourados (MS): a cotação ficou em R$ 194,00
– Rio Verde (GO): a saca baixou de R$ 188,00 para R$ 186,00
Ucrânia
A soja está na “onda” do trigo na Bolsa de Mercadorias de Chicago, que vem sendo impulsionado pelo conflito na região do Mar Negro. A afirmação é do analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque. “O principal suporte da soja segue sendo a quebra da safra na América do Sul”, destaca.
O analista lembra que a Ucrânia e a Rússia não são importantes produtores de soja, ao contrário do trigo, onde têm grande relevância. “De qualquer forma, o preço de equilíbrio em Chicago neste momento oscila de US$ 16 a US$ 16,50 por bushel”, pondera. “O valor de US$ 17 por bushel é um pouco exagerado”, acredita.
Sobre a quebra na América do Sul, Gutierrez comenta que a grande demanda pela soja norte-americana é por este motivo. “Os países estão comprando dos Estados Unidos para compensar”, explica.
Já a volatilidade para a soja deve persistir em Chicago, conforme o consultor, até o final de mês. “Quando sai o relatório de intenção de plantio dos Estados Unidos, dia 31 de março”, completa.
Produção
A produção brasileira de soja em 2021/22 deverá totalizar 125,08 milhões de toneladas, com recuo de 9,4% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 138,1 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por SAFRAS & Mercado. Em 11 de fevereiro, quando foi divulgado o relatório anterior, a projeção era de 127,17 milhões de toneladas. O corte sobre a estimativa anterior é de 1,64%.
SAFRAS indica aumento de 4,1% na área, estimada em 40,78 milhões de hectares. Em 2020/21, o plantio ocupou 39,19 milhões de hectares. No relatório anterior, SAFRAS indicava área de 40,75 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.542 quilos por hectare para 3.083 quilos.
As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque
– O mercado da soja permanece com as atenções divididas entre os problemas da safra da América do Sul e a invasão russa na Ucrânia, que vem trazendo grande volatilidade. Paralelamente, os players também ficam de olho na demanda chinesa pela soja norte-americana e já se posicionam frente ao relatório do USDA de março, que será divulgado no próximo dia 9.
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– As perdas produtivas continuam a aumentar nos estados da Região Sul do Brasil, e em importantes províncias produtoras da Argentina. Apesar de algumas chuvas terem atingido o Rio Grande do Sul e parte da Zona Núcleo na Argentina nos últimos dias, a situação das lavouras continua muito complicada, e a maior parte das perdas já é irreversível.
– O USDA deve trazer novas reduções para as safras do Brasil e da Argentina em seu relatório de março. Além disso, devemos ver o aumento da estimativa de exportação dos EUA e o consequente corte nos estoques norte-americanos. O relatório deve trazer números “altistas”.