
A Soinga tem suas raízes no Rio Grande do Norte, onde um projeto de melhoramento genético, realizado na Fazenda Xique-Xique, no município de Pedro Avelino, resultou no cruzamento de três raças: Somalis Brasileiro, Morada Nova e Bergamácia Brasileira
A ovinocultura brasileira confirmou o surgimento de uma nova promessa: a ovelha Soinga, uma raça nativa que recentemente conquistou o reconhecimento oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O anúncio de sua certificação tem gerado grande entusiasmo entre produtores rurais, especialmente na região Nordeste, onde as condições climáticas exigem raças adaptadas ao calor intenso e à seca prolongada.
A Soinga tem suas raízes no Rio Grande do Norte, onde um projeto de melhoramento genético, realizado na Fazenda Xique-Xique, no município de Pedro Avelino, resultou no cruzamento de três raças: Somalis Brasileiro, Morada Nova e Bergamácia Brasileira. O objetivo era criar um animal com as melhores características de cada uma dessas raças, o que resultou em uma ovelha de médio porte, com pelagem branca predominante, adaptada ao clima quente e árido da região. Quando adulta, pode atingir até 70 quilos.
Entre as principais características que destacam a Soinga estão seu comportamento dócil e o instinto materno forte, facilitando o manejo e garantindo uma boa taxa de sobrevivência dos cordeiros. Essas qualidades são especialmente valorizadas pelos criadores, pois asseguram uma criação mais tranquila e produtiva.
Além de sua adaptação, a raça tem demonstrado resistência notável a doenças comuns entre ovinos, o que reduz significativamente a necessidade de tratamentos veterinários. Em relação à alimentação, a Soinga consegue manter seu peso mesmo em períodos de seca severa, um diferencial importante para os produtores que enfrentam a escassez de pasto e água.
Outro ponto positivo é a carne da Soinga, que se destaca pelo sabor suave e textura macia. A distribuição equilibrada de gordura garante uma carne suculenta, sem comprometer a qualidade nutricional. Isso torna a carne da Soinga uma excelente opção para atender ao crescente mercado de consumidores que buscam produtos com origem conhecida e práticas sustentáveis. A raça tem o potencial de ser comercializada no segmento premium, permitindo que os criadores obtenham preços mais elevados por seus produtos.
Embora a lã não seja o principal foco da raça, ela também se destaca como um recurso adicional. Utilizada na produção de artesanato local, a lã da Soinga oferece uma fonte alternativa de renda para os criadores, tornando a raça ainda mais versátil.

O reconhecimento oficial da Soinga como raça no Brasil foi um processo complexo, que envolveu documentação detalhada e a comprovação de características morfológicas, produtivas e adaptativas únicas. Para que esse marco fosse alcançado, foi necessário um trabalho conjunto de criadores, pesquisadores e instituições, que garantiram que a raça atendesse aos requisitos exigidos pelo Ministério da Agricultura. Esse reconhecimento abre portas para a inclusão da Soinga em programas de fomento e pesquisa, o que proporcionará aos criadores novas oportunidades de melhoria genética e aumento da rentabilidade.
Com a certificação, os criadores da raça Soinga terão acesso a linhas de crédito específicas para a ovinocultura, com condições vantajosas para a aquisição de matrizes ou melhorias na infraestrutura das propriedades. Além disso, poderão registrar seus animais no genealógico da raça, o que facilitará o processo de seleção genética e contribuirá para o aprimoramento contínuo da qualidade do rebanho.
Outra vantagem é o acesso ao Programa Nacional de Melhoramento de Ovinos (PROMOVI), que oferece suporte técnico e recursos para os criadores. A participação em feiras e exposições agropecuárias também será um importante canal para a comercialização de animais de alto valor genético, permitindo que os criadores se destaquem no mercado e aumentem suas vendas.
Com esse reconhecimento oficial, a ovelha Soinga não apenas se firma como uma grande promessa para o futuro da ovinocultura no Brasil, mas também se posiciona como uma opção estratégica para a produção sustentável e de qualidade no semiárido nordestino.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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