Derrotado por Lula, o presidente terá que deixar o cargo em 1º de janeiro de 2023; Entretanto, as movimentações contra os resultados vão tomando conta do país. Veja!
Desde o começo do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro passou a repetir, em público, que só Deus o tiraria do cargo, atribuindo a Ele a própria eleição, em 2018. Neste domingo, ele foi derrotado por Lula no segundo turno das eleições e não havia se manifestado sobre a vitória do petista até a madrugada desta segunda.
“Só Deus me tira da cadeira presidencial. E me tira, obviamente, tirando a minha vida”, declarou Bolsonaro ao comentar uma decisão do STF que provoca o presidente da Câmara, Arthur Lira, a se manifestar sobre pedidos de impeachment contra ele, no dia 15 de abril do passado.
O presidente repetiu a afirmação algumas vezes, como por exemplo em uma Marcha para Jesus em Curitiba. Bolsonaro costuma dizer que foi colocado na Presidência da República por Deus, que lhe deu uma “segunda vida” após a facada que ele recebeu em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha.
A manifestação do candidato derrotado à reeleição, o primeiro presidente da história que não conseguiu um segundo mandato, é esperada em razão das ameaças veladas e falas que colocam em dúvida se ele entregará a faixa presidencial a Lula. O próprio petista mencionou esse questionamento durante seu discurso na avenida Paulista, em São Paulo, na noite desta domingo.
‘Posicionamento do presidente é que determinará rumo dos protestos’
Janderson Maçanero, caminhoneiro de Itajaí (SC) conhecido como Patrola, que faz parte dos protestos atuais, diz que, na sua cidade, a movimentação é composta apenas por 20% de caminhoneiros, e o restante dos manifestantes são cidadãos de diferentes profissões.
O cenário, com o propósito de não aceitar um novo presidente, é diferente de outros que o caminhoneiro participou, como em 2014, uma paralisação feita para reivindicar queda nos preços de combustíveis, e em 2019, pela contratação direta de caminhoneiros sem terceiros que intermediassem valores.
Ele afirma também que os protestos não têm liderança direta ou reivindicação específica — alguns, por exemplo, defendem um golpe de Estado conduzido pelos militares, que ele diz não ser o seu caso — mas todos têm, em comum, a rejeição a Lula e a não aceitação da vitória do petista nas eleições.
“É o posicionamento do presidente que determinará rumo dos protestos e o posicionamento da categoria. Estamos esperando ele falar. Ou Bolsonaro vai à guerra, ou ele se extinguirá do cenário político, porque aí ele não é o líder que pensávamos.”
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Patrola afirma que “ir à guerra”, para ele, é não aceitar o resultado, mas não descreve exatamente como isso poderia se desenrolar, já que ele próprio diz não apoiar um golpe militar. Ele diz aguardar que o presidente anuncie a solução. A aceitação dos resultados por parte de Bolsonaro, complementa, seria uma decepção para ele e para muitos de seus colegas.
Sobre quanto tempo a paralisação poderia durar, ele diz que “tempo é relativo” para os caminhoneiros. “Aqui estamos em casa. Nosso caminhão tem onde comer, onde dormir… Esse é o nosso cotidiano.”