O Sistema Farsul apresentou nesta quarta-feira, 6/12, os números relativos ao desempenho da agropecuária neste ano e as expectativas para 2018.
O cenário exibido pelo vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, evidenciou que foi um ano de grande produtividade e pouca lucratividade. Uma safra cheia que impactará positivamente no PIB brasileiro, mas sem uma contrapartida para o produtor rural, que perdeu em rentabilidade devido a custos altos e preços baixos pagos pelos produtos.
A estimativa da Farsul é de uma elevação de 12,41% no PIB agropecuário brasileiro de 2017. O índice terá uma contribuição importante no PIB como um todo, que deverá registrar elevação de 0,86%. Apesar da alta modesta, o indicador é relevante por apontar a retomada do crescimento depois de um longo período de crise. “Temos a capacidade de fazer do Brasil a China do agronegócio. Isso significa ter produto de qualidade, a preço competitivo, a ser fornecido para todas as regiões do mundo”, projeta o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira. Ele ressalta que para alcançar esse patamar é preciso criar condições de infraestrutura e logística, reduzir a carga tributária e a burocracia, além de melhorar o acesso ao crédito.
O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, alertou que, apesar dos números positivos de safra e da contribuição do agronegócio para a recuperação econômica, o produtor rural não recebeu a sua contrapartida. “Foi um ano de safra cheia e de bolso vazio, porque a queda nos preços pagos ao produtor chegou a 25%, enquanto que o aumento na produção foi de aproximadamente 15%. Isso significa que o produtor colheu mais, mas faturou menos. Para a próxima safra estamos prevendo uma redução de 6,3% na produção, mas esperamos que pelo menos o produtor tenha uma remuneração um pouco melhor”, afirma da Luz. O economista também ressalta que, apesar da projeção de uma safra menor em 2018, ainda assim seria a segunda maior da história.
Senar-RS
Na busca pela qualificação da agropecuária do Rio Grande do Sul e da perspectiva de consolidar o Brasil como o principal fornecedor de alimentos do mundo ante a perspectiva do crescimento populacional, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar-RS) vem investindo na educação do produtor rural. A importância das capacitações oferecidas em 2017 foi lembrada pelo vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira. Em 2017, 154 mil pessoas foram atendidas por ações do Senar-RS.
Dentre os programas com o maior crescimento neste ano estiveram o Negócio Certo Rural (142,41% de aumento no número de propriedades participantes), Boas Práticas Agropecuárias para bovinos de corte, (239,73%), programa Sol Rural, que contou com 19 turmas em contraste com as 9 oferecidas no ano passado e Empreendedor rural (67,46%). O programa Juntos para Competir,parceria entre Farsul, Senar-RS e Sebrae-RS, que visa organizar e desenvolver as principais cadeias produtivas do Estado e melhorar a qualidade dos produtos, teve participação de 5.527 produtores em 2017, um aumento de 69,33% em relação ao ano passado.
De acordo com o superintendente do Senar-RS, Gilmar Tietböhl, o aumento da procura por estes cursos evidencia o interesse do produtor rural de buscar melhorias na gestão das propriedades e na organização da cadeia produtiva. “Promover uma administração cada vez mais profissional, que foca não apenas no aumento da produtividade, mas também na sustentabilidade e no aspecto social é algo que tem sido valorizado pelos alunos, que conseguem implantar mudanças com planejamento e orientação”, destaca.
Fonte: Farsul