Tecnologia para manejo nutricional de bovinos à pasto é tendência para aumentar resultados em 2021; sistema utiliza sinal de GPS para controlar e reduzir custos na dieta dos animais
São Paulo, abril de 2021 — Apesar do avanço tecnológico em diversos setores de produção, a pecuária passou muito tempo na retaguarda. Esse cenário parece pronto para mudar com a adoção de novas ferramentas de manejo do pasto. As vantagens são muitas, desde a redução dos contratempos, com processos diários mais produtivos, melhoria na qualidade do gado até mesmo econômicas.
As novidades surgem como alternativa para processos manuais, que normalmente abrem espaço para falhas humanas e imprecisões. É o caso do GeoPec Control, um sistema que é um acessório tecnológico para os distribuidores de ração da Casale. Tem como objetivo auxiliar na rotina do manejo de suplementação a pasto, controlar a distribuição de ração e otimizar as rotas percorridas pelos operadores, através de GPS.
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Segundo Diogo Fogolin, supervisor comercial da Casale, a ferramenta calcula a quantidade de alimento por cabeça no trajeto a ser percorrido e pode ser facilmente alterado sempre que for preciso. “Por exemplo, se em um lote eu tenho 300 animais e separo 150, naquele mesmo dia eu preciso alimentar os 150 restantes. É só informar ao GeoPec e ele recalcula o que será necessário para aquele novo lote formado, podendo inclusive renomeá-lo”. Essas mudanças também podem ser realizadas quando o gado muda de estágio de crescimento ou precisa de alteração da estratégia nutricional por qualquer motivo, até mesmo baseado na distribuição calculada no dia anterior.
Além de evitar desperdício de alimento, essa precisão é importante na suplementação a pasto, para garantir a dieta nutricional correta. Quem explica é Renata Helena Branco, zootecnista e pesquisadora do Instituto de Zootecnia da unidade Sertãozinho (SP). “A fibra que o ruminante come, na pastagem, não é suficiente em determinadas épocas do ano, principalmente de secas. É extremamente importante garantir a suplementação para evitar o efeito sanfona. E a composição dessa dieta deve ser muito adequada e planejada para oferecer energia e carboidrato”.
Cada época exige uma estratégia diferente, inclusive para ir ao encontro dos objetivos de cada fazenda. Isso significa, na prática, que cálculos na alimentação precisam ser feitos com frequência. Caso contrário, o desempenho pode cair significativamente, ou mesmo os custos aumentarem com suplementações desnecessárias.
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“Até então, o que vem sendo feito, é fornecer os suplementos colocando tantos sacos aqui e tantos ali para cada piquete”, Renata exemplifica. “Só dá para descobrir se está sendo bem feito no final da estação, na hora de pesar os animais. Agora é possível ter o controle diário”.
O que leva a outro ponto de transformação tecnológica: o planejamento de rotas. Muitos produtores já elaboram as rotas pensando em economia de tempo e dinheiro, mas não há como ter certeza de que o operador está cumprindo o planejado. O GeoPec Control também procura resolver esse empecilho. Com o acompanhamento exato do trajeto, é possível acompanhar o trabalho à distância e até mesmo realizar testes para descobrir quais rotas são, de fato, mais econômicas.
Tecnologias como essa podem alavancar a pecuária brasileira para um novo nível, seguindo o caminho que a agricultura já começou a trilhar. Renata comenta: “Esse sistema permite que a gente faça uma pecuária de precisão. É aí que está o grande segredo da rentabilidade da cadeia produtiva”.