A Sindag ressaltou que a aviação agrícola é a única ferramenta de aplicação de produtos na lavoura que conta com regulamentação específica e extensa.
Sobre a matéria intitulada “50 bebês são intoxicados por agrotóxicos por dia no Brasil…”, publicada hoje cedo, no portal G1, ressaltamos que a aviação agrícola é justamente a única ferramenta de aplicação de produtos na lavoura que conta com regulamentação específica e extensa. Portanto, também altamente fiscalizável e, quando é o caso, punível. Considerando que os mesmos produtos aplicados por via aérea também são utilizados por meios terrestres – tratores ou mesmo pulverizadores costais – e com os mesmos riscos.
Destacamos isso porque foi a ferramenta que estampou a matéria, logo após o título sobre a morte de crianças. O que acaba visualmente colocando todo o peso do debate sobre o setor, que é responsável por cerca de 30% das aplicações feitas no País e, ironicamente, o mais combatido justamente por sua transparência. O avião é sempre visto à longa distância e possui exigência de pessoal com formação específica em todas as suas fases operacionais. Gerando ainda relatórios minuciosos para agentes fiscais de cada operação, entre várias outas exigências previstas em sua regulamentação.
Por ser tão visível a aviação também acaba seguidamente citada como referência em pesquisas sobre agrotóxicos, mesmo quando o foco do estudo não considera as técnicas aeroagrícolas em si (e sim o uso dos produtos). Ao mesmo tempo em que, por exemplo, o próprio IBGE aponta que 50% das pessoas que usam agrotóxicos no País o fazem sem orientação técnica e, dessas, boa parcela não é nem completamente alfabetizada.
É claro que a aviação é uma ferramenta passível de falhas – que já ocorreram em campo. Tampouco as aeronaves devem ficar de fora do debate que, aliás, precisa ser profundado. Ou mesmo terem suas obrigações diminuídas quanto a segurança operacional ou ainda serem excluídas do crivo de uma imprensa livre e crítica.
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Porém, o próprio Sindag tem trabalhado na melhoria contínua do setor. Tanto treinando seu público interno quanto solicitando aumento das fiscalizações pelo Ministério da Agricultura – como ocorreu em abril no Mato Grosso e deve se repetir em outros Estados. Ao mesmo tempo, conseguimos abranger cerca de 90% das empresas prestadoras de serviços aéreos em lavouras em nosso quadro – e em nossos projetos.
Destacamos isso nos colocando à disposição do G1 e todos os veículos do Grupo Globo, como temos feito e seguiremos fazendo também em visitas às redações. Reforçando também que, do ponto de vista jornalístico, a matéria que mencionamos toca num tema que é importante e precisa ser aprofundado. E, quanto à foto, realmente o avião na imagem está aplicando agrotóxico.
Isso tudo para afirmar que não se trata aqui de uma crítica à equipe de reportagem. Apenas, de maneira humilde, solicitamos que na medida do possível as colocações acima sejam consideradas na hora de equilibrar o critério de ilustração das reportagens.
Fonte: SINDAG