É uma genética 100% preta, mocha, de alto desempenho em ganho de peso e rendimento de carcaça. Simangus é a raça que mais cresce percentualmente nos Estados Unidos.
A Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS) deu início, em fevereiro, aos controles genealógicos dos animais 1/4 de sangue, que formarão a base dos puros sintéticos (PS) das novas raças de bovinos simlandês – cruzamentos genéticos de simental com gado holandês – e simangus – cruzamentos genéticos de simental com gado aberdeen angus – conforme autorização enviada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A realização dos registros genealógicos tem início com as comunicações de ocorrências aos criadores (cobrição monta natural; inseminação artificial; transferência de embriões; fecundação in vitro; transferência nuclear; nascimento; transferência de propriedade de animais; morte e CDP), de acordo com os prazos previamente estipulados nos regulamentos específicos de cada uma das novas raças.
De acordo com a ABCRSS, o controle será realizado previamente pelos criadores, e posteriormente pelos técnicos, que deverão seguir os moldes utilizados nas raças Simental e Simbrasil.
– A ABCRSS promoverá reciclagens e atualizações do corpo técnico, visando o perfeito andamento na coleta de informações das referidas raças com o objetivo de promovê-las em prol de sua eficiência de produção e qualidade de seus produtos – explica José Carlos de Souza Passoni, Superintendente do Serviço de Registro Genealógico da associação.
Pesquisas
As raças simental e simbrasil mantêm o Controle de Desenvolvimento Ponderal desde a década de 1970, o que viabilizou a publicação do Sumário de Touros, que se encontra na 16ª edição. O estudo vem sendo conduzido pelos pesquisadores Luiz Fernando Aarão Marques e Henrique Nunes de Oliveira. A par destes trabalhos, os controles de lactação vêm sendo efetuados pelo Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná (PARLPR), em convênio com ABCRSS, em cruzas de Simental/Holandês em seus diversos graus de sangue, concluindo-se que as produções de leite, gordura e proteína mantiveram-se com o aumento da idade e ordem de lactação das vacas, indicando a capacidade de produção leiteira das vacas em todos os graus de sangue analisados. Este resultado foi apresentado no 3º Congresso Capixaba de Pecuária Bovina (2011).
As pesquisas na formação da raça sintética Simangus tem a participação do criador e professor Flávio Krebs Ramos, (Fazenda Rodeio – Lages/SC) e do pecuarista Paulo de Castro Marques (Casabranca Agropastoril – Fama/MG), criador de simental e atual presidente da associação de criadores da raça angus no Brasil, que vem realizando os cruzamentos entre as duas raças.
Segundo o superintendente da ABCRSS, o cronograma para o registro das novas raças dependerá do número de animais controlados e dos dados e características assentados junto à associação, possibilitando aos técnicos do Ministério da Agricultura uma análise e consequente conclusão do processo.
– Quem faz o trabalho a campo e de campo são os criadores, em seguida os inspetores de registro. Cabe à ABCRSS compilar esses dados e finalmente os técnicos do MAPA avaliarem todas as informações coletadas para concluir pela oficialização e homologação definitiva das duas novas raças sintéticas – resume.
Hoje os maiores plantéis das raças simlandês e simangus estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país.
A Alta apresenta para o mercado dois touros Simangus, raça fruto do cruzamento entre o Simental e Angus.
Ambos são indicados para rebanhos comerciais e cruzamentos industriais. “São touros ideais para produzir animais pesados, com peças nobres e de grande maciez. É sinônimo de lucro para o produtor”, explica Miguel Abdalla, Gerente de Produto Corte Taurino da Alta.
Essa raça surgiu da necessidade de produzir uma carne de qualidade e, ao mesmo tempo, em menor tempo. “A proposta era unir o crescimento e produtividade da raça Simental com a habilidade do Angus de imprimir qualidade na carne com marmoreio e espessura de gordura subcutânea, além de transmitir precocidade de terminação e possuir caráter mocho o que facilita o manejo”.
Ainda pouco conhecida no Brasil, a produtividade da raça já é comprovada pelos abates técnicos realizados nos Estados Unidos, com a segunda maior base americana de dados, perdendo apenas para o Angus.