Vídeo: Silagem com botulismo mata rebanho

Em áudio emocionado, pecuarista conta que perdeu suas vacas leiteiras por conta da contaminação da silagem, provavelmente por conta de um tatu morto.

Provavelmente você já tenha recebido este vídeo através das redes sociais, é uma visão desoladora de várias vacas de aptidão leiteira mortas. No vídeo é possível ouvir o áudio do tratorista dizendo que as vacas tinham morrido devido a intoxicação pelo consumo de silagem, e que o motivo da contaminação havia sido um animal silvestre, um tatu.

Isso nos fez recordar de um caso parecido, quem é da Pecuária vai lembrar-se, quando mais de mil cabeças de gado morreram em um confinamento no Mato Grosso do Sul, também por intoxicação. O prejuízo girou em torno de mais de R$ 2 milhões, o confinamento fica localizado no município de Ribas do Rio Pardo, a 120 km da capital Campo Grande. Neste caso foi confirmado a suspeita de botulismo.

Ouça o áudio triste do pecuarista

O cuidado com a silagem é primordial para garantir a saúde dos animais que irão consumir. Análises da silagem também devem ser providenciadas antes do consumo animal.

Neste caso o pecuarista perdeu todos os animais, fica o prejuízo milionário e uma lição dolorosa. Infelizmente, por mais que pareça absurdo, a situação é muito comum ainda, principalmente em fazendas de leite, onde ocorre o maior uso de silagem nesta época do ano.

Uma maneira quase certa de ter perdas no silo é fazer a abertura antes da hora, ou seja, antes do material ensilado ter sido completamente fermentado e estar totalmente estabilizado. Além das perdas materiais e queda no consumo, silagens com fermentação incompleta tendem a apresentar valores mais altos de pH e riscos de favorecer fermentações indesejáveis e surgimento de toxinas perigosas.

A avaliação feita no momento da abertura tem o objetivo de verificar como ocorreu o processo de fermentação da silagem. Ela baseia-se principalmente na aparência, no odor e na temperatura da silagem e é importante, pois identificará a necessidade de descartar ou não parte da silagem.

Confira o vídeo dos animais mortos.

YouTube video

Botulismo em bovinos: o que é e como fazer a prevenção?

É uma toxi-infecção alimentar, ou seja, o animal é infectado quando ingere alimento ou água contaminada com a bactéria Clostridium botulinum, presente no ambiente em locais que apresentam condições propícias para sua manutenção no estado dormente.

As bactérias estão presentes em alimentos mal conservados, como uma silagem úmida e fermentada, e em restos de carcaças de outros animais. Neste caso, os animais com deficiências minerais buscam fontes para suprir sua necessidade e acabam lambendo ossos que estejam no pasto, por exemplo.

Botulismo: sintomas

Quando há infecção, o animal tem a chamada paralisia flácida e, posteriormente, paralisia dos membros, além de dificuldade para engolir. A seguir, acontece a parada respiratória e a morte.

Tratamento

“Quando (o botulismo) está presente, com toda a sintomatologia, é difícil tratar. Dependendo da quantidade de toxina ingerida, o quadro evolui mais rápido, é mais agudo. Acontece logo a paralisia respiratória e ele morre. Quando o animal ingeriu menos toxinas, tem que dar um tratamento de suporte, principalmente para a deglutição porque ele não se alimenta, nem bebe. É difícil salvar”, explica Silva.

Prevenção do botulismo bovino

São quatro pontos a serem seguidos para diminuir expressivamente a chance do seu rebanho ser acometido pela doença. O médico veterinário Roulber Silva recomenda:

  • Conservação da água. “Por vezes, a água até parece limpa, mas tem resto de uma carcaça que compromete sua qualidade. Assim você tem a degradação e ali vai ter a bactéria, que vai se multiplicar”, detalha o veterinário.
  • Mineralização: ponto importante é disponibilizar a suplementação adequada para categoria, diminuindo a necessidade de o animal buscar minerais em outras fontes, como eventuais ossos encontrados no pasto;
  • Conservação do alimento: silagem de milho úmido e rações que fermentaram além do necessário podem abrigar as bactérias;
  • Vacina. “É uma das formas de prevenir que a toxina cause problemas porque a bactéria está no ambiente e é difícil controlar em todos aspectos sem ter a vacina para segurar as infecções”, advertiu Roulber. “Nós temos várias vacinas no calendário sanitário, algumas obrigatórias, como aftosa, brucelose em fêmeas de três a oito meses. Mas algumas não obrigatórias são importantes. como a própria vacina do botulismo, algumas clostridioses, raiva, a BVD, que é uma doença reprodutiva e causa imunosupressão”, exemplificou o gerente da Boehringer Saúde Animal.
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