Pecuaristas investem no serviço de coleta de sêmen para reduzir custos e melhorar qualidade do rebanho.
A estação de monta está começando em várias regiões do País e muitas fazendas apostam na Inseminação Artificial (IA) ou na Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) como atalho para elevar os índices de prenhez e melhorar a rentabilidade do negócio. Só no primeiro semestre do ano, a produção de sêmen teve elevação de 21,9%, chegando a 3.576.643 doses das raças de corte e de leite, segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA).
“Do ponto de vista econômico, a maior vantagem é o baixo valor da dose produzida. Se o produtor adquirir um touro geneticamente superior e coletar doses de sêmen para uso próprio, gastará em torno de 30% do valor médio da dose que é praticado pelo mercado”, esclarece Pedro Araújo, gerente Comercial Técnico da Central de Coleta Tairana, localizada em Presidente Prudente/SP. No caso da IATF, além desse custo da coleta da dose, há, ainda, os gastos com medicamentos e com o serviço do técnico, mas, mesmo assim, o valor final representa apenas 0,5% a 3% do custo de produção do bezerro ou bezerra.
muitos pecuaristas tem trocado a monta natural pela IATF pelo custo benefício, principalmente para quem coleta sêmen de touros melhoradores do próprio rebanho.
Os especialistas alertam que, além de ser mais barata, a técnica de inseminação é a forma mais simples e eficiente de promover a melhoria genética do rebanho, a produtividade e a lucratividade da fazenda. “Os riscos que os pecuaristas correm ao adquirir um touro cabeceira de boiada, que é o animal sem avaliação genética, geralmente são maiores do que eles imaginam. Os problemas vão desde a parte sanitária, pois geralmente nas fazendas não são realizados diagnósticos para doenças transmissíveis pelo sêmen, reprodutiva pois não são realizados andrológicos periódicos para checar o potencial de fertilidade do touro, e econômicas, pois como o animal não tem avaliações genéticas positivas, esse animal não contribui para a melhoria do rebanho”, explica Pedro.
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A procura pelo serviço de coleta de sêmen vem crescendo nos últimos anos. Com expectativa de fechar 2018 com 850 mil doses coletadas, 150 mil a mais que em 2017, a Tairana tem, atualmente, 90 touros em coleta e fechou o primeiro semestre do ano com uma elevação de 63% no volume de doses coletadas. O gerente da central atribui esse crescimento à qualidade de touros produzidos nos plantéis de todo o Brasil e, também, ao desprendimento dos produtores em colocar estes animais no mercado. “Quanto mais touros melhoradores produzidos, maiores são as possibilidades dos pecuaristas brasileiros adquirirem animais geneticamente superiores, maximizando a utilização destes animais no rebanho dos compradores”, assegura. Além da redução de custos e do ganho genético, a coleta do sêmen na central ainda impacta em menor gasto com todo o manejo para manter o touro na fazenda, incluindo ração, medicamentos, sal mineral e pastagem.
Os resultados alcançados no campo também têm influenciado esse maior número de touros em coleta. “A qualidade do sêmen é imprescindível para garantir melhores resultados nos programas de inseminação, IATF e TEFT (Transferência de Embriões em Tempo Fixo). Por isso, o processo de coleta, industrialização e congelamento do material genético bovino deve seguir padrões rigorosos”, explica a médica-veterinária Tatiana Berton, Gerente Técnica da Tairana. Segundo ela, existem análises subjetivas e objetivas para verificar os parâmetros de qualidade do sêmen e cada empresa determina seu padrão mínimo. “Na Tairana, adotamos o Padrão Ouro de Qualidade, que inclui boas práticas de fabricação, reconhecidas e baseadas em estudos científicos para o processo de produção de sêmen e que envolvem todos os fatores ligados à reprodução bovina, desde fertilidade e qualidade de sêmen”, finaliza Tatiana.
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