Sérgio Reis, sertanejo ganha apoio na internet, confira!

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, quer “caçar” o cantor Sérgio Reis; Um homem íntegro e sério é tratado como terrorista, qual a sua opinião?

Quem determinou a abertura de pesquisa contra Galvan e mais oito pessoas, incluindo o cantor Sérgio Reis, foi o ministro do STF Alexandre de Morais. Ele determinou também que os alvos da investigação sejam impedidos de se aproximar no raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, dos ministros do STF e dos senadores e mandou bloquear a conta do PIX do movimento de convocação do ato do Dia da Independência.

Menos de uma semana depois de o cantor Sérgio Reis convocar manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro e pelo impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o artista e ex-deputado foi alvo de buscas da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 20.

Famoso por sucessos como ‘Menino da Porteira’ e ‘Pinga Ni Mim’, o cantor e ganhador do Grammy Latino enveredou para a política em 2014, quando foi eleito deputado federal, aos 74 anos, graças graças à alta votação de Celso Russomanno (PRB), que acabou puxando o sertanejo, para a Câmara.

Mas como o cantor que foi ídolo da Jovem Guarda virou um dos porta-vozes do bolsonarismo e investigado pela PF por “incitar a população” a praticar “atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições, bem como contra os membros dos Poderes”?

O estopim foi justamente o vídeo e áudio que circularam no fim de semana nas mídias sociais prometendo uma greve de caminhoneiros a partir de 7 de setembro.

Após o vazamento de um áudio em que Sérgio Reis defende a paralisação de caminhoneiros para pressionar o Senado a afastar ministros do STF, subprocuradores-gerais pediram à Procuradoria da República, no Distrito Federal, a abertura de investigação a respeito do caso.

Apoio da população

Diversas pessoas famosas e ícones da música, além de grandes nomes da internet tem manifestado o seu apoio ao cantor Sergio Reis, mostrando que o cantor não está sozinho e que as manifestações terão grande apoio da população. Veja alguns casos que viralizaram na internet.

Entenda o caso

No último sábado (15/8), Sérgio Reis se tornou um dos assuntos mais comentados no país após anunciar, em vídeo, a organização de um acampamento em Brasília para defender o presidente Jair Bolsonaro e “salvar o Brasil”.

“É uma coisa séria, um movimento clássico, sem agressões, sem nada. Queremos dar um jeito e movimentar esse país. Salvar o nosso povo”, dizia o cantor.

“Estamos nos preparando judicialmente para fazer uma coisa séria, para que o governo e o Exército tomem posição.”

Após a divulgação do vídeo, tornou-se público um outro registro do cantor, que chamou ainda mais atenção.

Em áudio de WhatsApp enviado a um amigo, Sérgio Reis fazia ameaças ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e aos ministros do STF.

“Dia 8 vamos ao Senado… Eles vão receber um documento assim: vocês têm 72 horas para aprovar o voto impresso e para tirar todos os ministros do Supremo Tribunal Federal. Não é um pedido; é uma ordem!”, dizia Reis no áudio, afirmando que iria acompanhado de dois líderes caminhoneiros e dois representantes do setor de soja.

“Se vocês não cumprirem em 72 horas, nós vamos dar mais 72 horas, só que nós vamos parar o país. Já está tudo armado. O país vai parar”, afirmava. “E, se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra.”

O áudio teve ampla repercussão negativa, sendo prontamente negado por líderes caminhoneiros e representantes do agronegócio, como o sojicultor Blairo Maggi, e deu origem a um inquérito conduzido no Distrito Federal.

O cantor ainda não se pronunciou sobre a operação desta sexta.

Deputado Federal

Sérgio Reis foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo em 2014, pelo PRB, atual Republicanos. A entrada para política, com 45.330 votos, veio após 60 anos de carreira na música.

Na Câmara, o então deputado se aproximou ainda mais do campo, a partir da participação em comissões relacionadas ao agronegócio. Em 2018, quando o então colega de Câmara Jair Bolsonaro foi eleito presidente, Sérgio Reis não tentou a reeleição. Após deixar o cargo, ele declarou que seu propósito na política era “retribuir o povo”

Bandeiras bolsonaristas

As pautas defendidas por Sérgio Reis na Câmara já colocavam o cantor como um “bolsonarista em potencial”. Estiveram, por exemplo, entre as bandeiras do sertanejo, a redução da maioridade penal e a moralização da política.

Sérgio Reis e deputado Otoni de Paula — Foto: Eduardo Galeno/Divulgação; Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Após ser alvo de operação, Galvan grava vídeo chamando para protestos

O presidente da Associação dos Produtores de Soja, Aprosoja-Brasil, Antonio Galvan, divulgou um vídeo na tarde desta sexta (20/8), horas após ser alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa em Sinop por suposta incitação à prática de atos violentos e ameaçadores contra uma democracia. A mensagem foi postada em redes sociais, no perfil do Movimento Brasil Verde e Amarelo, do qual Galvan se apresenta um dos líderes.

Sem vídeo, Galvan disse que estava viajando quando Polícia Federal esteve em sua casa. “Foram muito gentis, relatado assim pela minha filha. Nada infinito e nada levaram. Isso só vem reforçar o nosso movimento ”, disse o produtor, convocando na sequência“ todos os brasileiros de bem ”a protestar nas ruas, especialmente em Brasília e na avenida Paulista, no dia 7 de Setembro a protestar contra os abusos do STF.

Antonio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) (Foto: Aprosoja / Divulgação)

Decisão do STF:

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Bolsonaro diz que irá a manifestações de 7 de setembro em Brasília e São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta sexta-feira que irá participar e discursar nos atos organizados para o dia 7 de setembro em Brasília e em São Paulo, ao mesmo tempo que afirmou que não será uma “palavra de ameaça”.

“Dia 7, neste horário, vamos hasteá-la (a bandeira do Brasil) aqui numa cerimônia militar, às 8h. Às 10h, estamos aqui na Esplanada, pretendo usar a palavra. Não é uma palavra de ameaça a ninguém. Estaremos em São Paulo fazendo a mesma coisa. Podem ter certeza: teremos fotografia para o mundo do que vocês querem. Só posso fazer alguma coisa se vocês assim o desejarem”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Apesar de tentar passar uma imagem de que está aberto ao diálogo e ter afirmado na quinta-feira que não pretende fazer uma “ruptura” –ou um golpe de Estado–, o presidente mantém um tom de conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), principais alvos da manifestação do dia 7.

Em suas investidas pela aprovação do voto impresso, foi o próprio Bolsonaro quem convocou uma manifestação, com o que chamou de “último recado” do povo ao STF e ao TSE.

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