A silagem é um alimento conservado que pode ser produzido em uma elevada diversidade de sistemas e locais, então é de ampla utilização pelos agropecuaristas no Brasil.
O Brasil é uma das grandes referências mundiais na pecuária bovina, detém o 2º maior rebanho bovino do mundo e a maior extensão em áreas de pastagens.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022) apontam que o rebanho brasileiro em 2021 era de 218,15 milhões de cabeças, dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC, 2022) indicam 196,4 milhões de cabeças e os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2022) contabilizam 252,7 milhões de cabeças.
Então, o Brasil fica atrás apenas da Índia com 305,5 milhões de animais e muito a frente do 3º do ranking, os Estados Unidos, com 93,5 milhões de animais (USDA, 2022 – computando bubalinos).
Na cadeia da carne o Brasil é o 2º maior produtor mundial, em 2021 foram abatidas mais de 27 milhões de cabeças e produzidas 9,71 milhões de toneladas em equivalente carcaça (Beef Report 2022 – ABIEC, 2022), atrás apenas dos Estados Unidos com 12,73 milhões de toneladas (USDA, 2021). Cerca de 25% da carne produzida foi exportada (2,48 milhões de toneladas), o que faz do Brasil o maior exportador mundial de carne bovina. Mas, é importante ressaltar que 75% da carne produzida, cerca de 7,24 milhões de toneladas de equivalente carcaça permaneceu no país e movimentou o mercado interno.
Na cadeia do leite o Brasil flutua ocupando a 3ª ou 4ª colocação no ranking mundial de produção, em 2021 foram cerca de 36 bilhões de litros produzidos e mais de 16 milhões de vacas ordenhadas.
Todos estes dados demonstram como a nossa pecuária é destaque no cenário internacional. A nossa produção tem como característica os sistemas que possuem o pasto como alimento principal em praticamente todas as fases dos sistemas de produção. Isso é ótimo!
Mas, ao mesmo tempo deixa a produção “muito” dependente de tudo que pode influenciar a produção forrageira a pasto (clima, solo, manejo…). Isso não é ruim, principalmente se o manejo for levado muito à sério!
Mesmo notando uma crescente atualização tecnológica e melhorias na pecuária bovina no Brasil, infelizmente ainda enfrentamos problemas que prejudicam índices zootécnicos importantes do rebanho, como a degradação das pastagens, manejo inadequado das áreas de pastagens, sazonalidade climática, entre outros. Todos estes fatores colaboram para reduzir a lucratividade da atividade quando o manejo é falho. Ao mesmo tempo, mostra a importância da intensificação destes sistemas.
Esta intensificação da pecuária bovina, seja na carne ou no leite, habitualmente aparece atrelada à presença de alimentos conservados nas propriedades, seja para suprir a demanda dos animais em períodos de escassez de pasto (como a seca), seja para colaborar com a eficiência produtiva em sistemas que confinam os animais por determinados períodos ou durante todo o ano.
A silagem é um alimento conservado que pode ser produzido em uma elevada diversidade de sistemas e locais, então é de ampla utilização pelos agropecuaristas no Brasil. Neste contexto, fica evidente que produzir e utilizar silagens é MUITO IMPORTANTE para a manutenção e a intensificação da pecuária bovina brasileira!
Potencial para produção e utilização de silagens no Brasil
Considerando uma possível demanda de SMPI para uso em dietas para vacas leiteiras, talvez precisaríamos de uma área de aproximadamente 3,5 milhões de hectares de lavouras. Pensando que o país cultiva por ano cerca de 20 milhões de hectares de milho, isso representaria cerca de 17% de todo o milho cultivado no Brasil. Como chegamos nesses valores?
- Cerca de 16,3 milhões de vacas são ordenhadas anualmente no país, se considerarmos o potencial de utilização de SMPI em 80% deste rebanho, teríamos cerca de 13 milhões de vacas consumindo SMPI por um período de 320 dias no ano.
- Considerando animais de 600kg de PV e consumo diário de 3,8% do PV e inclusão de 50% na dieta, cada animal demandaria cerca de 12,2 t de SMPI por ano.
- Isso resultaria em uma área de ~3,5 milhões de hectares de lavouras de milho para SMPI para entender vacas leiteiras (45 t/ha).
É claro que esses são apenas exemplos que evidenciam o potencial para produção e utilização de silagens no país, e estamos levando em conta apenas a silagem de milho de planta inteira. Ainda temos vários outros tipos de silagens, como as de capins, de cana, de partes das plantas (como a snaplage), de leguminosas e etc.
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Ainda há o uso da ensilagem como ferramenta para conservar coprodutos que podem ser utilizados na alimentação de ruminantes e a ensilagem de grãos (como milho e sorgo) que colaboram para maximizar a eficiência de uso da energia destes alimentos por meio da maior possibilidade de digestão do amido pelos animais.
Fonte: MilkPoint
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