O uso do semiconfinamento como sistema de produção intensivo de bovinos de corte tem se tornado uma prática de grande valor
O semiconfinamento é uma estratégia de terminação de bovinos de corte que permite ao produtor rural amentar o Ganho de Peso Diário e o rendimento de carcaça de bovinos mantidos a pasto. Trata-se de um sistema de produção de bovinos que consiste em arraçoar os animais por meio de alimentadores (cochos) estrategicamente posicionados nas pastagens.
É um sistema de produção capaz de gerar muitos benefícios ao produtor, razão pela qual seu uso cresceu de forma expressiva no Brasil nos últimos anos.
Entre os benefícios da sua adoção, podemos citar o aumento da produção de arrobas, tanto por animal, como por unidade de área, a redução da idade de abate e o aumento do giro de capital das propriedades rurais.
A adoção do semiconfinamento é relativamente simples e consiste em levar ração concentrada até os animais que permanecem o tempo todo nas pastagens, diferindo, portanto, do confinamento, em que os animais são direcionados para currais fechados ou baias, para, então, serem arraçoados por todo o período de engorda.
O semiconfinamento está sendo adotado por produtores com o objetivo principal de superar o maior desafio da produção pecuária brasileira – que é o baixo desempenho zootécnico durante período da seca, época de menor disponibilidade e qualidade de pastagens.
A seca reduz, ou até mesmo anula o Ganho de Peso Diário dos bovinos mantidos em regime de pasto.
Também compromete a taxa de lotação, a produção de arrobas por hectare e o acabamento de gordura das carcaças dos animais.
Para superar os desafios do período seco, o produtor rural pode adotar o semiconfinamento como uma excelente estratégia de engorda. Com o uso correto deste sistema, a fazenda produz mais arrobas com menos área, sendo, portanto um modelo de produção sustentável, tanto do ponto de vista ambiental como econômico.
De um modo geral, produtores que optam pelo semiconfinamento o fazem por um período de 75 a 90 dias, entre os meses de maio e julho, período em que a quantidade e a qualidade das pastagens começam a diminuir.
O Peso Vivo inicial mais usual dos animais semiconfinados gira em torno de 420 Kg e a quantidade de ração concentrada fornecida por animal diariamente é de cerca de1% do Peso Vivo (PV). Ou seja, um bovino de 450 Kg de Peso Vivo recebendo 1% PV em ração consome em média 4,5 kg de ração concentrada por dia.
O Ganho de Peso Diário (GPD) gira em torno de 1,0 kg por animal por dia, podendo oscilar para mais ou para menos em função da quantidade e da qualidade da ração, além da raça, do sexo, da condição das pastagens e do gado.
Ao termino do período de semiconfinamento, o Peso Vivo final dos animais tem sido, em média, de 510 Kg, estando prontos para o abate. Obtém-se, também, um melhor rendimento de carcaça e um melhor acabamento de gordura dos animais.
A disponibilidade de cochos é fundamental para o sistema. Os cochos devem ser de fácil acesso para o trato dos animais, assim como o manejo, que deve ser eficiente e realizado por mão de obra treinada e capacitada.
De um modo geral, os lotes são de 100 animais, de modo que são necessários cerca de 30 metros de cochos para cada 100 animais, com acesso dos dois lados (cerca de 60 cm de cocho / animal), onde serão fornecidos, em média, 450 kg de ração concentrada por dia para cada lote.
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No Brasil, já existem maquinas agrícolas produzidas por empresas nacionais que pesam e fazem a distribuição da ração a pasto de maneira simples e eficiente, facilitando a gestão do sistema e reduzindo os custos com a mão de obra.
Diversos produtores rurais estão optando pelo uso da ração concentrada em doses mais elevadas, podendo o semiconfinamento atingir até 2,0% do Peso Vivo do animal.
Este sistema também vem sendo chamado de “confinamento a pasto”, uma vez que fornece grande quantidade de ração e tem como objetivo principal aumentar o Ganho de Peso Diário e a taxa de lotação da propriedade.
Fonte: DSM Tortuga