Cresce a expectativa de mais valorizações nos preços do boi, acima de R$ 210/@; Frigoríficos operam com escalas apertadas, o que deve motivar a busca por animais terminados na próxima semana.
Foi uma semana de novas valorizações no mercado do boi gordo e, segundo analistas, tudo indica de que, na próxima, os preços da arroba irão manter a escalada de alta. Os frigoríficos estão com as escalas de abate defasadas e precisam recompor o estoque, o mês de março começou com aumento do consumo no mercado interno e maior demanda nas exportações.
Isso porque as chuvas generosas que atingiram as regiões Centro-Oeste e Sudeste do País deixaram os pastos esverdeados, o que possibilita o pecuarista seguir a mesma estratégica das últimas semanas, ou seja, segurar a boiada no pasto e esperar até que “bata o desespero” nas indústrias frigoríficas – ou seja, elas acabam indo às compras, cedendo à forte pressão por preços mais altos que vem do campo.
“Com a retomada das atividades pós-Carnaval e o período de início do mês, marcado pelo recebimento de salários, as indústrias frigorificas manifestaram maior interesse de compra de gado”, ressalta a Informa Economics FNP.
Informações do aplicativo da AgroBrazil, mostram um cenário atrativo e positivo para o mercado do boi. Segundo informações, pecuaristas de Presidente Epitácio/SP, o Boi China foi comercializado por R$ 210/@, com 40 dias para pagamento e data do abate em 12 de março. Já em Nova Crixas/GO, esse mesmo animal foi comercializado por R$ 198/@, com 7 dias para pagamento e data do abate para 09 de março. Essa diferença de preço da arroba deve ser ainda maior para o mercado físico com o aumento do dólar e a maior demanda do mercado externo.
No mercado interno, o valor negociado na região de Inocência/MS está próximo de R$ 190,00/@, à prazo com trinta dias para pagar e com data para o abate em 10 de março, com base nas informações do aplicativo da AgroBrazil. Já em Uberlândia/MG, a arroba foi negociada a R$ 205,00/@, à prazo com trinta dias para pagar e com data para abater em 08 de março.
Como observado nas imagens acima, a cotação média para o Brasil, encerrou a semana com uma valorização de mais de 2%, segundo informações do Indicador do CEPEA. Essas tendências apontam para uma maior recuperação em março, frente a arroba de média de janeiro e fevereiro. O dólar deve aumentar a demanda da exportação, valorizando o animal com padrão para exportação.
Ainda de acordo com a consultoria paulista, atualmente, os frigoríficos operam com escalas de abate bastante apertadas, o que deve motivar ainda mais a busca por animais terminados na próxima semana. É possível que as praças do Mato Grosso, o Estado com rebanho bovino do País, registrem acréscimos de preços mais expressivos na próxima semana, pois lá a indústria teve grande dificuldade em preencher as suas programações de abate na última semana, devido aos problemas logísticos ocasionados pelas fortes chuvas, que atrapalharam o transporte da boiada pelas estradas do interior mato-grossense.
Preços regionais – Nos primeiros quatro dias úteis de março, na média das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria, o preço da arroba do animal macho terminado subiu 0,7%. “Apesar da valorização modesta, o movimento indica que a disponibilidade, embora tenha melhorado, está menor do que a demanda”, avalia a consultoria de Bebedouro, SP.
Segundo dados da FNP, o valor do boi gordo negociado no interior de São Paulo fechou a semana em R$ 207/@, a prazo, com elevação de 3/@ sobre o preço registrado na semana anterior. Em Cuiabá, no MT, o animal terminado é vendido a R$ 188/@, à vista, com elevação de R$ 2/@ sobre visto há sete dias.
Expectativas para o boi gordo, segundo Scot Consultoria
Possíveis consequências do cenário turbulento relacionado ao coronavirus sobre o mercado do boi gordo, com considerações sobre a demanda e exportações.
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Atacado/varejo
No mercado atacadista, o ritmo das vendas de carne bovina foi mais intenso nesta semana, mas ainda não o suficiente para desencadear altas mais consistentes nos preços dos principais cortes bovinos, de acordo com a FNP.
“Com receio de um impacto no escoamento da mercadoria, os frigoríficos optaram por não emplacar maiores altas nos preços da carne, pelo menos no curtíssimo prazo, a fim de não prejudicar o fluxo de comercialização que ainda está em ritmo de recuperação”, observa a consultoria.
Compre Rural com informações da FNP, Agrobrazil e Scot Consultoria