Semana foi marcada pela disparada dos preços do boi gordo

Nos 10 primeiros dias de setembro, houve alta de 40% no valor médio diário de exportação de carne bovina em relação ao mesmo mês de 2023

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar preços em forte alta ao longo desta semana. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo. Isso acontece por conta da posição ainda desconfortável das escalas de abate. “Mesmo nesse ambiente de oferta mais restrita, os frigoríficos não trabalham com maior ociosidade; o abate no mês de agosto sinaliza essa tendência”, afirmou.

De acordo com ele, a grande variável para justificar o acelerado movimento de alta está nas questões que envolvem a demanda, em particular a voltada à exportação, com “volumes impressionantes de carne bovina embarcados na atual temporada”.

O estado de Minas Gerais apresentou um acréscimo de 2,46% no comparativo diário, com a arroba do boi gordo ficando cotada a R$ 254,51/@. Na B3, foi o terceiro dia consecutivo de valorizações nos contratos, com destaque para o vencimento dez/25, que registrou acréscimo de 1,20% ficando cotado a R$ 274,35/@.

Os preços médios da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim em 19 de setembro:

  • São Paulo: R$ 264,83, contra R$ 255,75 em 13 de setembro, alta de 3,55%
  • Goiás: R$ 254,11, ante R$ 246,79 (+3,1%)
  • Minas Gerais: R$ 253,53, contra R$ 248,82 (+3%)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 267,82, ante R$ 258,64 (+3,54%)
  • Mato Grosso: R$ 231,62, ante R$ 225,88 (+2,54%)

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 619 milhões em setembro (10 dias úteis), com média diária de US$ 61,9 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A quantidade total exportada pelo país chegou a 139,185 mil toneladas, com média diária de 13,918 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.447,40.

Segundo o órgão, em relação a setembro de 2023, houve alta de 39,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 42,7% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 2,0% no preço médio.

No mercado doméstico, o desempenho foi acima do esperado, significando que tanto as vendas no varejo quanto as distribuições de carne com ossos no atacado foram melhores do que o esperado, sendo um sinal positivo para o setor. Quando olhamos para as negociações vemos que o volume disponibilizado de carne foi menor do que o esperado, devido a limitação na oferta de gado terminado.

Como resposta a essa situação, os frigoríficos tem ajustado seus preços para tentar compensar o aumento nos custos da matéria-prima. Movimento este que já dura cinco semanas consecutivas, sendo motivado pela necessidade de equilibrar os custos e não por um aumento na demanda, essa estratégia se torna necessária devido a escassez de oferta. Ainda assim, como o receio com o fim de mês pesa, a carcaça do boi castrado permaneceu estável ficando cotada a R$ 17,50/kg.

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