Grupos ligados à União Nacional Camponesa (UNC) invadiram na manhã desta terça-feira (20) a Fazenda Esmeralda, propriedade que fica em Duartina (SP).
Essa é a segunda invasão da fazenda registrada nesse ano. As terras, com um longo histórico de invasões por grupos que reivindicam ações de reforma agrária, pertence a uma empresa que tem como um dos sócios um amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer.
Segundo a UNC, cerca de 220 pessoas estão no local e mais cinco ônibus com invasores são esperados para reivindicar a desapropriação da fazenda para fins de reforma agrária. As polícias Civil e Militar, que também foram ao local, estimaram a presença de 120 pessoas.
A Fazenda Esmeralda pertence à empresa Argeplan, de arquitetura e engenharia, que tem como sócio majoritário João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, que já foi assessor do presidente Michel Temer, de quem é amigo.
A UNC também reivindica a desapropriação da Fazenda Santo Antônio, em Bauru, que pertencia ao Frigorífico Mondelli. Segundo os invasores, a ocupação em Duartina também seria uma forma de pressionar o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) neste caso eu reunião que aconteceria nesta terça.
Em nota, o Incra negou que tivesse feito uma reunião nesta terça-feira para debater o tema.
A fazenda tem um histórico de diversas invasões nos últimos anos.
Em maio de 2016, cerca de mil integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) ficaram no local por quase uma semana.
Na época, segundo os integrantes, o objetivo da invasão era “denunciar as conspirações golpistas de Temer, muitas vezes articuladas de dentro da propriedade”.
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Menos de 10 dias depois dos integrantes do MST deixarem a fazenda, cerca de 900 pessoas da Frente Nacional de Lutas invadiram as terras. A invasão começou no dia 23 de maio e dois dias depois, os integrantes da FNL deixaram a fazenda, após a Justiça conceder a reintegração de posse aos proprietários.
Já em julho de 2017, os manifestantes invadiram novamente o local por seis dias. Em nota, o MST afirmou que a invasão foi um protesto contra o presidente Michel Temer e a favor do combate à corrupção.
E março deste ano, cerca de 100 integrantes do MST invadiram a fazenda durante 15 dias e só deixaram a propriedade após negociação com a PM para cumprimento de ordem de reintegração de posse.
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Com informações do G1.