Sem-terra invadem fazenda produtiva com apoio do PT

Ocupação foi feita pelo “Movimento Social da Luta dos Trabalhadores” e foi acompanhada por representante de deputada estadual do PT; As terras comportam atualmente um número de cabeças de gado acima da capacidade.

Um grupo de sem-terra invadiu uma fazenda em Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo, no quilômetro 306 da Rodovia Castelo Branco. A invasão começou ontem, 08, com 30 pessoas, mas hoje há mais gente chegando ao local, inclusive mulheres grávidas e crianças. As terras tiveram depredação de cercas e porteiras, e um acampamento foi instaurado no local.

Existe no Brasil um surto de invasão de terras. Todo ano, milhares de hectares são tomados por criminosos – muitas vezes utilizando de violência e ameaça à vida. Não raro, com apoio explícito do Estado brasileiro.

A ocorrência registrada na delegacia da região atribui a invasão ao “Movimento Social da Luta dos Trabalhadores”. Segundo as informações que constam no boletim, o grupo chegou ao local em nove automóveis, um caminhão e montou quinze barracas.

No boletim de ocorrência, consta que um “representante” da deputada estadual Márcia Lia (PT-SP) acompanhou a invasão da fazenda e que teria fotocópias de documentos expedidos pelo Incra. O nome deste representante é José Donizete. Ele não atendeu o telefone. A deputada não foi encontrada.

A fazenda tem 105 hectares e no Incra está registrada como “média propriedade produtiva”. Segundo um dos proprietários, as terras comportam atualmente um número de cabeças de gado acima da capacidade, mas ele não soube precisar a quantidade, pois estava viajando. A família vai pedir reintegração de posse na Justiça. É a segunda vez que a fazenda é invadida.

Governo e o apoio ao MST, braço direito do PT

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tratado com leniência a onda de invasões de propriedades privadas e até de instituições públicas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aliado histórico dos petistas. Não só pela raridade de críticas ou condenações aos crimes cometidos, mas também pelo indisfarçável afago aos militantes. Enquanto os invasores promoviam no Brasil uma sucessão de invasões sob a bandeira do “Abril Vermelho”, Lula acomodava em sua comitiva à China e aos Emirados Árabes Unidos o líder do MST, João Pedro Stédile, pontou colunista do O Globo.

Foto: Reprodução Facebook

O MST sempre alegou que só invadia terras improdutivas. Balela.

É verdade que, diante da escalada de invasões, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, repudiou os atos, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, condicionou a manutenção do diálogo à desocupação das propriedades. Mas as reações foram tímidas — e tardias. Antes delas, o governo cedeu à pressão do movimento.

O outro objetivo do MST é sabotar a aproximação entre o governo e lideranças empresariais rurais, essencial para formular políticas eficazes para o campo. As ligações estreitas entre PT e MST são conhecidas e preocupam o agronegócio. Por mais que as trajetórias de partido e movimento se cruzem, Lula deveria saber que a complacência com a onda de invasões tem custos altos.

O MST sempre alegou que só invadia terras improdutivas. Balela. As ocupações deste ano, que começaram poucas semanas depois da posse, têm sido feitas em fazendas produtivas, desrespeitando o Estado de Direito, levando insegurança ao campo e aumentando o risco de conflitos agrários. Invasão de propriedade privada ou pública não é questão política. Deve ser tratada pela polícia e pela Justiça.

Compre Rural com informações da Veja e O Globo.

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