Proprietários afirmam que a fazenda ocupada servia para criação de cavalos e plantação de legumes. Trabalhadores dizem que só saem após decisão da justiça.
Um grupo com 15 famílias de trabalhadores sem terra invadiu uma fazenda em Jequitaí, no Norte de Minas, neste sábado (6/5). Os invasores, vinculados à Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), argumentam que a fazenda estava abandonada e não cumpria sua função social. A ocupação ocorreu sem nenhum tipo de conflito e foi registrada pela Polícia Militar.
Os proprietários da área negam que a fazenda seja improdutiva. Segundo eles, o local é utilizada para criação de cavalos e plantação de quiabo e abóbora. “Eu tenho irrigação, tenho trator e criação de cavalo na fazenda. O pessoal chegou armado e entrou no momento em que o funcionário que fica no local tinha saído”, diz Evandro da Rocha, proprietário da fazenda.
No boletim de ocorrência, registrado pela polícia militar, consta que a porteira da fazenda estava aberta quando os ocupantes chegaram e que não havia ninguém no local. Neste momento, os sem terra controlam o acesso à fazenda e não permitem a entrada da polícia.
Os ocupantes informaram para os militares que cerca de 75 pessoas estão na fazenda, incluindo famílias inteiras com mulheres e crianças, e dizem que só sairão da área após decisão da justiça.
Neste domingo (7/5), a reportagem não conseguiu contato com o porta-voz do movimento.
Repercussão
O deputado federal Delegado Marcelo Freitas (União) está acompanhando o caso e afirmou que um ofício foi encaminhado à Polícia Militar para garantir a imediata retomada da propriedade e diversas entidades da sociedade civil foram acionadas para auxiliar nesse processo. “Compreendemos que a invasão é um crime que precisa ser imediatamente reprimido”, afirma.
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No vídeo feito pelo deputado nas redes sociais, Marcelo Freitas vincula a invasão com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), porém, a coordenação do Movimento afirmou à reportagem que não realizou nenhuma invasão em Minas Gerais e que os acontecimentos em Jequitaí não têm relação com o MST.
Abril é um mês marcado pela “Jornada de lutas” dos movimento sem terra, uma forma de lembrar o “Massacre de Eldorado do Carajás”, ocorrido em 17 de abril de 1996, quando a polícia militar do Pará matou 21 Trabalhadores Sem Terra durante operação para desobstruir uma Estrada que estava fechada por uma marcha do MST rumo à Belém, capital do Estado.
Durante os atos deste ano, o MST invadiu o prédio do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em Belo Horizonte, pedindo pressa em novos assentamentos e uma definição sobre o comando do órgão em Minas Gerais.
Fonte: O Tempo