Sem milho, Sul discute uso de cereais de inverno na produção de ração

Cereais de inverno para produção de ração voltam a ser discutidos e em nível de Região Sul; reunião contou com a presença de várias entidades do agro

Coordenada pelo secretário de Agricultura, Altair Silva, aconteceu em Florianópolis nesta quinta-feira, reunião ampliada para discutir incentivo ao plantio de cereais de inverno para produção de ração e suprir em parte a deficiência de milho em SC e oferecer mais uma oportunidade de renda ao agricultor no inverno.

A reunião contou com a presença de todas as entidades do agro interessadas no milho, e com o ex-ministro Francisco Turra, que está coordenando o projeto semelhante no RS e que sugeriu ampliar para ser uma proposta dos três estados do Sul.

Em Santa Catarina o programa de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno para produção de ração já está regulamentado, e conta com subsídio da secretaria da Agricultura de R$ 250,00 por hectare, desde que o agricultor comprove que o cereal plantado teve destino à produção de ração.

Cerca de 12 cooperativas e sete casas agropecuárias se habilitaram para ingressar no programa, e pelo levantamento do final de julho, cerca de 23,2 mil hectares foram manifestados. Se esse número efetivamente foi realizado para ração, somente será comprovado na colheita e comercialização do produto.

O ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, está coordenando no RS a implantação de programa semelhante ao existente em SC, o qual seja de estimular o plantio de cereais de inverno para produção de ração. Disse que naquele estado existem muito mais áreas que podem ser exploradas para plantio trigo, triticale e cevada no inverno, contribuindo para aproveitamento das terras e aumento da renda dos agricultores, e ajudar a reduzir o déficit de milho para a produção de ração. Ele tem consciência que o milho será cada vez mais escasso a partir de agora, que o mundo quer comprar o nosso milho, e que a logística está facilitando para que o milho do Centro Oeste seja exportado, portanto, para o Sul do país temos que encontrar novas alternativas, suprimento de matéria-prima para ração.

O secretário Altair Silva enfatizou que precisamos estimular os produtores plantar mais cereais de inverno, estabelecendo parcerias com as agroindústrias e cooperativas, garantindo preços compatíveis com os custos de produção, para motivar o agricultor para que priorizem essas culturas de inverno. O secretário lembrou que o setor agroindustrial está investindo em SC mais de R$ 5 bilhões na ampliação de suas plantas e isso demandará ainda mais de milho, ou matérias- primas para abastecer os rebanhos. Hoje SC já importa mais de 5 milhões de toneladas de milho, e nesses ritmos brevemente teremos necessidade de 8 milhões, portanto, precisamos nos unir para encontrar saídas para esse bom problema que criara mais empregos, mais renda e movimentação econômica em SC.

Francisco Turra elogiou a postura das entidades agro de SC que estão unidas para resoluções dos problemas do setor. Participaram da reunião, além do secretário Altair Silva, a presidente da Epagri, Edilele Steinwandter, o presidente da Cidasc, Plinio de Castro, o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, o diretor executivo do Sindicarne, Jorge Lima, o superintendente da Ocesc, Neivo Panho, o diretor executivo da Fecoagro, Ivan Ramos, e o consultor de agronegócios da ABPA e da Fiesc, ex-deputado e ex-secretário, Odacir Zonta.

Fonte: Fecoagro/SC

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