Sem China, mercado da arroba segue desvalorizando

Os frigoríficos ainda exercem pressão sobre o mercado, considerando a ausência de notícias da China, grande importador de carne bovina brasileira.

O mercado físico de boi gordo registrou preços mistos nesta segunda-feira, 18, a depende da praça avaliada os preços apresentaram maior desvalorização. O cenário é, de que, a tendência de curto prazo ainda remete a continuidade da queda nos preços.

Os frigoríficos ainda exercem pressão sobre o mercado, considerando a ausência de notícias da China, grande importador de carne bovina brasileira nos últimos dois anos e meio. Os pecuaristas que possuem oportunidade de manter o gado no pasto, com início das chuvas, estão segurando os animais, afim de evitar um prejuízo maior.

Com escalas de abate confortáveis, atendendo, em média, sete dias, as indústrias frigoríficas paulistas ativas nas compras abriram o mercado pagando R$2,00/@ a menos para todas as categorias destinadas ao abate, na comparação com sexta-feira (15/10).

Ainda segundo a Scot Consultoria, parte dos compradores estão fora das compras, aguardando os primeiros movimentos no mercado para se posicionarem. Desta forma, boi, vaca e novilha gordos são negociados, respectivamente, por R$270,00/@, R$261,00/@ e R$280,00/@, preços brutos e a prazo.

Já o Indicador do Cepea para o Boi Gordo, média São Paulo, teve como fechamento o valor de R$ 267,80/@, representando uma leve valorização diária de 0,37%, porém, ainda acumula uma variação negativa de -8,16% no comparativo mensal.

Ao que tudo indica, o mercado físico do boi gordo em São Paulo continua cauteloso. Empresas frigoríficas aproveitam a calmaria desta segunda-feira para avaliar o escoamento da proteína no mercado interno e assim traçar estratégias de aquisição da matéria prima.

Enquanto isso, a liquidez dos negócios concretizados segue em baixo volume, com teste acontecendo na casa dos R$ 265,00/@.  Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para out/21 continua no patamar de R$ 270,75/@, sem modificações significativas no comparativo diário. 

As exportações de carne bovina, que já dava sinais de lentidão no início do mês, continuaram a perder forças. Durante os quatro dias úteis da semana passada 15,25 mil toneladas de proteína bovina foram embarcadas para fora do país, com isso a média diária parcial do mês de out/21 consolidou-se em 4,56 t/dia, 43,83% abaixo do mesmo período no ano passado e, caso finalize neste patamar, será o pior resultado desde maio/18.

Para o criador, o cenário também é bastante complicado, considerando a perda de margem em meio à consistente queda dos preços. “Não há grande capacidade de retenção no momento, considerando o elevado custo de nutrição animal somado a dificuldade de manejo em meio as chuvas que atingem a região Centro-Oeste”, disse.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 268 na modalidade à prazo, contra R$ 270 na sexta-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 250, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 267, ante R$ 270.
  • Em Cuiabá, a arroba foi negociada por R$ 259
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 262 a arroba.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem caindo, uma vez que os frigoríficos seguem disponibilizando parte de seus estoques para vendas domésticas. O corte dianteiro foi precificado a R$ 14 por quilo, queda de R$ 0,30.

O corte traseiro teve preço de R$ 20,70 por quilo, queda de R$ 0,10. A ponta de agulha por sua vez cedeu ao nível de R$ 13,80 por quilo, queda de R$ 0,20.

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