Produtos com Selo Nacional da Agricultura Familiar cresceu 900% em um ano; Selo promove os produtos familiares no mercado e é uma garantia para o consumidor
Criado para identificar e promover os produtos da agricultura familiar, o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf) tem sido cada vez mais buscado. Tanto que a quantidade de produtos com a certificação passou de 700, em 2019, para mais de 7 mil, em 2020. A procura é resultado de medidas adotadas pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa que facilitaram o acesso ao selo.
“É um importante instrumento para identificar e dar ainda mais visibilidade aos produtos da agricultura familiar, que vêm crescendo e se organizando cada vez mais. Para ampliar o alcance do Senaf, desburocratizamos o processo de solicitação e renovação, que agora podem ser feitos de forma prática pela internet. Também otimizamos o controle, cruzando a base dados com o atual sistema de registro vigente, que é a DAP [Declaração de Aptidão ao Pronaf]. Essas ações ampliaram o alcance do Senaf, aumentando em dez vezes a quantidade de produtos reconhecidos, que o consumidor pode encontrar nas feiras e prateleiras de supermercados”, ressalta o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke.
O Senaf potencializa a exposição e a comercialização da produção familiar ao aproximá-la do consumidor final, dando-lhe condições para checar a origem e as características do produto por meio de um QR Code. Ao apontar a câmera do celular para o código impresso no selo, o consumidor é automaticamente direcionado para uma página web, contendo informações sobre aquele produto, como estado e município de origem, especificações da embalagem, valor nutricional e o contato do produtor familiar.
Para ampliar a visibilidade dos produtos e aproximar quem consome de quem produz, o Mapa disponibiliza para o cidadão a Vitrine da Agricultura Familiar, uma plataforma que apresenta o catálogo com todos aqueles produtos identificados com o selo e as principais informações. Na Plataforma, o consumidor encontra hortifrútis, sucos, cosméticos, cafés, carnes e artesanatos produzidos por agricultores familiares de todo o Brasil.
Produtos na Vitrine
Ao acessar a Vitrine da Agricultura Familiar, o interessado encontra informações sobre a geleia de maracujá, o doce de goiaba, a compota de umbu e outros produtos da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc). Com 270 cooperados, em a maioria mulheres, a cooperativa, localizada na Bahia, produz doces e geleias à base de frutas nativas do sertão.
Fundada em 2004, a partir da união de 44 agricultoras, que desejavam organizar a produção e comercialização, a Coopercuc atua, hoje, junto a mais de 700 famílias, em 18 comunidades, e tem capacidade para produzir, anualmente, 800 toneladas de doces. O carro-chefe é o doce feito de umbu, uma fruta rica em sais minerais e vitaminas.
Na Vitrine da Agricultura Familiar, estão expostos 14 produtos da Coopercuc. Além do Senaf, a cooperativa, que busca promover a sustentabilidade das famílias envolvidas, estimulando a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, dispõem de certificados que atestam que seus produtos são orgânicos e comercializados de forma justa.
A presidente da cooperativa, Denise dos Santos, ressalta os benefícios da certificação recebida do Mapa. “A nossa intenção com o selo era justamente para termos o reconhecimento como produtos da agricultura familiar, pois participávamos de muitas feiras de produtores familiares. E o Senaf é importante, pois a gente consegue ter o reconhecimento e as pessoas conseguem ter a garantia de que é um produto da agricultura familiar. Então, é um processo muito importante para os agricultores e cooperativas”, afirma.
Denise dos Santos conta que sempre aconselha outras cooperativas da agricultura familiar a solicitarem o selo e relata que a certificação amplia a visibilidade dos produtos e organizações de agricultores familiares. “Os resultados sempre foram muito positivos. A gente tem bastante reconhecimento nessa questão da agricultura familiar, principalmente, por conta do Senaf, que possibilita que outras instituições conheçam as cooperativas que utilizam o selo”.
Nas prateleiras virtuais da Vitrine da Agricultura Familiar também estão os cafés com certificações orgânicas e de comércio justo produzidos pela Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (COOPFAM).
A Coopfam existe desde 2003, com sede em Poço Fundo, no Sul de Minas Gerais. Conta com 430 famílias cooperadas e atua em 20 municípios da região, além de outros seis municípios da Zona da Mata. Atualmente, 19 produtos da cooperativa estão na Vitrine da Agricultura Familiar.
A presidente da Coopfam, Vânia Silva, destaca que a inovação foi um dos motivos que levaram a organização a aderir ao selo. “Solicitamos para aproveitar a oportunidade de ter um selo com rastreabilidade e com acesso facilitado para identificar novos produtos. Com o uso do selo, esperamos passar uma maior confiabilidade para os clientes devido a uma maior rastreabilidade. É interessante também para as nossas participações em chamadas públicas, pois o café que fornecemos vai com o selo”.
O papel do Senaf na promoção de uma aproximação entre consumidor e agricultor familiar também é ressaltado pela presidente da cooperativa. “O Senaf é bem reconhecido entre os consumidores. Hoje, temos um movimento de clientes que buscam valorizar os pequenos e o selo fala por nós nas gôndolas. Para a agricultura familiar é uma forma de se fazer presente, de estar em evidência”, avalia Vânia.