“Segura pelo rabo” que arroba vai disparar peão

Os preços da arroba motivaram o pecuarista, mas indústria vai ter que subir a régua se quiser garantir o boi gordo para abate; Confira a verdade!

Os preços ao longo do mês de novembro sofreram uma grande disparada, trazendo uma alta de mais de R$ 65,00/@ com uma valorização acumulada superior a 23%, segundo os dados do Indicador do Boi Gordo/CEPEA. As indústrias sentiram uma grande pressão com a lacuna na oferta de animais para abate e uma melhor demanda por parte do mercado interno. Mas se prepare pecuarista, que os preços ainda vão subir nesta semana!

As indústrias conseguiram melhorar as suas escalas de abate, mas em apenas um dia útil. Mesmo ofertando valores altos, no caso do Sudeste e Centro-Oeste, onde a arroba já firmou a R$ 330,00 é possível verificar que a oferta de animais seguirá restrita, com o pecuarista “segurando o boi pelo rabo” para melhorar as suas margens. A chegada do pagamento dos salários, décimo terceiro e suspensão das restrições do COVID-19, estão ajudando a aumentar a demanda interna e permitindo que a indústria oferte mais pelo boi gordo!

Fechamento da Semana

O Indicador do Boi Gordo/CEPEA, voltou a bater recorde de preços dos últimos 60 dias, arroba segue uma escala de alta nos preços com uma valorização de 23,73%. O valor saltou de R$ 317,90/@ para o recorde de R$ 318,10/@ – encostando no maior valor já atingido pelo Indicador de R$ 318,63/@ em abril de 2021 -, Veja o gráfico!

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 319,52/@, na quarta-feira (24/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 319,16/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 312,45@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 302,84/@.

Segundo o app da Agrobrazil, os preços na praça paulista estão variando de 322,00/@ a R$ 330,00/@. A melhor negociação, informada nesta quarta-feira, ficou para São José do Rio Preto/SP, com preço pago de R$ 330,00/@ na boiada gorda, com pagamento no prazo de 25 dias e abate no dia 08 de dezembro.

Já nas escalas de abate, segundo a Agrifatto, o mercado ainda se encontra em um momento de baixa oferta do boi gordo, o que mantém as escalas curtas, apesar de começar a avançar em algumas regiões acompanhadas. A média nacional das programações de abate se encontra em 6 dias úteis, 1 a mais que semana passada.

É possível observar que as curvas estão se afastando, trazendo uma oportunidade de alta nos valores da arroba diante das escalas de abate apertadas.

Segura que o preço vai disparar

Recebimento de salários no começo de dezembro, além da parcela do décimo terceiro, poderá estimular crescimento no consumo interno de carne bovina.

As indústrias frigoríficas deverão optar por subir a régua das ofertas para garantir as compras de gado, visando uma resposta mais consistente das vendas de carne bovina no atacado a partir do início do próximo mês, período marcado pela entrada dos salários, além do pagamento do 13º.

A arroba voltou a registrar altas consistentes, conforme supracitado, reflexo da dificuldade das unidades frigoríficas em preencher adequadamente as suas escalas de abate. “Como os abates de boiada gorda continuam limitados, a produção de carne também segue apertada”, informa a consultoria.

Por isso, as indústrias seguem de olho no fluxo do escoamento da carne na próxima semana – no caso de avanço nas vendas, novos reajustes nos preços dos cortes bovinos podem ocorrer.

Pecuarista precisa cadenciar as vendas

Do lado de dentro das porteiras, alguns pecuaristas continuam tentando barganhar preços mais altos pelos lotes remanescentes de confinamento, uma maneira de amenizar os fortes prejuízos ocasionados pelas fortes quedas nos preços da arroba durante os meses de setembro e outubro.

Movimento dos pecuaristas, de cadenciar as vendas dos poucos lotes disponíveis, pode trazer uma pressão nesta semana, aliada a necessidade de compra da indústria, elevando os preços em até R$ 335,00/@, para algumas negociações em praças mineiras e do Centro-Oeste.

Esse movimento deve ser pautado por uma união da classe produtora, tendo em vista que o mercado projeta preços melhores para o ano de 2022, porém os custos também deverão ter uma grande alta, impactada pela reposição e insumos da dieta.

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Foto: Marcio Peruchi

Preços pagos aos produtores e custos de produção

Um dos fatores que explicam a menor produção de carne bovina no país é a restrição da demanda. Os custos elevados da produção repercutem no preço para o consumidor.

A suspensão das exportações para a China fez com que o preço pago ao produtor registrasse uma forte queda a partir de setembro, atingindo o menor valor no final de outubro. No entanto, esse reflexo nos preços ao consumidor final começa a ser sentido nos mercados de maneira menos acentuada.

Com a retomada das negociações com a China, a tendência é que os preços voltem aos patamares anteriormente vistos, encontrando o equilíbrio entre o aumento nos custos de produção, a baixa demanda e a recuperação da oferta de animais prontos para o abate.

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