Seca: Rei da milho tem perda de mais de 4.000.000 de t

Aprosoja-MT estimou uma perda irreversível de 4 milhões de toneladas na safra de milho do estado, lembrando que Mato Grosso é considerado o Rei do Milho, por ser o maior produtor do país.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) informa que a safra de milho deve ter uma perda de aproximadamente 4 milhões de toneladas, o que vai significar uma perda irreversível para os produtores. A estiagem prolongada já afetou mais de 10% da produção de todo Estado.

Os meses de maio até setembro são marcados pelo período seco na região Central do país, quando massas de ar seco impedem a formação de nuvens de chuva. O Estado do Mato Grosso, maior produtor da cultura do milho segunda safra, já vem sofrendo com a estiagem desde abril. 

Os acumulados de chuva variam normalmente entre 10 mm e 80 mm, sendo que em junho e julho são os mais críticos, com volumes de chuva inferiores a 40 mm. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta que, neste ano, a falta de chuva pode afetar a produção de milho na região.

Conforme relatório da equipe técnica da Aprosoja-MT, a safra deste ano será de aproximadamente 36 milhões de toneladas de milho, que é abaixo do volume esperado em razão de um menor volume de chuvas. Algumas lavouras estão até 50 dias sem chuva significativa ou com um volume abaixo de 10 milímetros (mm). 

A safra do cereal foi estimada em 36 milhões de toneladas, informou a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso em nota, com base em relatório da equipe técnica da entidade. Considerando o volume supracitado, teremos uma queda de 10% na produtividade prevista para este ano.

A perspectiva da Aprosoja-MT é mais pessimista que a do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada no início deste mês, que cita produção de mais de 39 milhões de toneladas.

“O produtor rural é o maior prejudicado com esses números, porque toda previsão da colheita mexe com o mercado, com o custo de produção e as questões contratuais. Não podemos prever as questões climáticas, por isso a safra só se confirma após o trabalho da colheita”, afirma Fernando Cadore, presidente da entidade. 

Segundo a associação, o volume ficou abaixo do esperado em razão de um menor volume de chuvas. “Algumas lavouras estão até 50 dias sem chuva significativa ou com um volume abaixo de 10 milímetros (mm)”.

Os dados divulgados pela Aprosoja-MT foram coletados por meio de questionário com os produtores associados de todo Estado e que já confirmaram perdas irreversíveis principalmente nas regiões oeste e sul. 

“Nosso trabalho em campo abrangeu centenas de produtores associados que nortearam nosso questionário confirmando as estimativas negativas para esta safra devido à seca”, finaliza Cadore. 

Confira os dias de seca por região:

Ressaltamos a importância de o produtor considerar as previsões meteorológicas para diminuir os riscos e ter maior produção e lucro na plantação.

As informações sobre a previsão do tempo em sua localidade são fornecidas de forma gratuita, considerando a inclusão das áreas produtoras de diferentes culturas para todo Brasil.

Quebra da safra pode atingir 60% em algumas regiões

Na propriedade cultivada pelo presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kroling, a estiagem passa de 50 dias. O sol forte e a alta temperatura castiga severamente as lavouras de milho, com estimativas de perdas significativas consolidadas. Na plantação de 1.600 hectares, o cenário é desolador.

“A minha média histórica é 100 sacos por hectare, já baixei aí para uma média de uns 45, no máximo 50 sacos por hectare, porque nas cabeceiras o milho não teve nem força de pendoar; se entra mais para dentro, ele pendoou emitiu uma espiguinha pequena, mas não teve força, aqui praticamente não precisa nem passar a colheitadeira , a quebra já existe. É irreversível”, conta Kroling.

Em Diamantino, 260 mil hectares de milho foram semeados nesta safra. A estimativa do Sindicato Rural do município é de que a quebra já consolidada pela seca reduza pela metade a produção de milho que era esperada no município. Kroling disse que este pode ser considerado um dos piores anos de produção.

“Pelo conhecimento que eu tenho de Mato Grosso, se não é o pior ano ,ele está entre os piores. O impacto hoje que a gente vê é porque hoje todo mundo tem de 80% a 100% da área de soja com milho, então este ano você vê o que uma seca antecipada faz, o prejuízo que ela traz”.

Agromet

O Agromet é a plataforma que disponibiliza em tempo real dados das Estações Meteorológicas do Inmet, previsão do tempo para sete dias a partir daquele ponto, imagens de satélite, tendência de queda nas temperaturas, excesso ou falta de chuva, umidade relativa do ar. É possível também mapear as culturas do algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, bem como culturas de inverno e de verão.

O Agromet está disponível em mapas.inmet.gov.br, no portal do Inmet e no aplicativo de previsão de tempo Inmet, para Android e IOS.

Sisdagro

O Inmet tem o Sisdagro – Sistema de Suporte à Decisão na Agropecuária, que oferece ferramentas de monitoramento e previsão do balanço hídrico e produtividade em diferentes culturas, além de previsão de condições favoráveis à formação de geada. O Sisdagro fornece ainda informações agroclimatológicas referentes ao balanço hídrico e dias aptos ao manejo agrícola.

E o Sisdagro pode ser acessado no portal do Inmet ou clicando em sisdagro.inmet.gov.br/sisdagro.

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