Na região de Talismã, a estiagem está causando prejuízos aos agropecuaristas, afetando tanto os animais quanto a safra de soja. Em resposta, a Prefeitura de Jaú do Tocantins decretou estado de emergência.
Apesar das pancadas de chuva que ocorreram em algumas áreas de Tocantins, a região sul do estado enfrenta sérias consequências devido à prolongada estiagem. Rios estão secando e a escassez de pasto está resultando na morte de animais. Em Talismã, o rio principal da região, o Rio Canabrava, agora exibe um leito completamente seco. Um vídeo, registrado por João Carlos, chefe da Defesa Civil do município, ilustra a situação crítica.
“O Rio Canabrava, que sempre tivemos com água fluindo, agora se encontra completamente seco. Neste mês de dezembro, observe a situação do rio – algo inédito em nossa história. O que costumava ser um rio majestoso, com uma ponte de cinco metros de altura, agora não passa de um leito vazio.”
Em praticamente todas as propriedades rurais, restam apenas pequenas poças de água. João Carlos destaca a situação na fazenda Porteira Velha, mostrando em um vídeo enviado à TV Anhanguera: “Essa represa costumava ser uma fonte abundante de água, e agora está reduzida a apenas uma poça aqui na fazenda Porteira Velha”.
Os efeitos severos da estiagem estão impactando negativamente os animais. Na área rural de Talismã, a cena é desoladora, com animais encontrados mortos e em estado agonizante.
“É uma situação lamentável, os animais estão magros, sem qualquer vegetação para se alimentar, sem pasto. Há várias vacas mortas aqui e uma agonizando de fome, incapaz de se levantar. A menos de 100 metros, já se encontra outra vaca morta, que veio em busca de água no cocho. Essa morreu em apenas três dias, mas não há solução, não há o que comer aqui” relata o chefe da Defesa Civil, ao documentar o cenário de morte e aridez.
Segundo João Carlos, esta já é considerada a pior seca dos últimos anos.
“Estamos enfrentando uma situação muito triste, especialmente para os agricultores que estão se aventurando no plantio pela primeira vez com recursos próprios. Eles já sofreram a primeira e segunda perdas, e agora não têm mais meios para sustentar uma terceira plantação. Além disso, há pecuaristas que contraíram empréstimos para adquirir gado, e esses animais estão perecendo devido à falta de pasto”.
A produção de soja também será significativamente menor na região. Os produtores de Alvorada tiveram que ajustar suas estratégias.
“Em algumas de nossas fazendas, tivemos uma precipitação de 40 milímetros, enquanto em outras não choveu nada até o momento. Estamos deslocando rapidamente as máquinas para plantar nas áreas onde choveu. Se há chuva em algum lugar, vamos lá, plantamos e esperamos. Até o momento, consegui plantar apenas 1 mil hectares; não há como cultivar mais nada. Ainda restam 1.500 hectares para plantar” lamenta André Sgorla, produtor rural.
O meteorologista Francisco de Assis informou que a chuva nos próximos dias não será significativa, atribuindo a escassez ao fenômeno El Niño.
“A atual situação de seca, principalmente no centro e sudeste do Brasil, é causada pelo fenômeno El Niño. A previsão para esta semana indica um aumento leve nas chuvas, mas nesta região será escassa, quase insignificante. A melhoria só será mais perceptível no final de semana, a partir de sexta-feira, quando está previsto um aumento mais expressivo na intensidade das chuvas. Há uma boa notícia, pois janeiro está projetado para ser um mês chuvoso. Já na primeira semana de janeiro, é esperado um volume significativo de chuvas, especialmente na parte sul e sudeste do Tocantins” esclareceu o meteorologista Francisco de Assis.
Em Jaú do Tocantins, a prefeitura já decretou estado de emergência, e outros prefeitos do estado planejam se reunir nesta semana para avaliar a crise. Atendendo ao apelo dos produtores, o governo estadual solicitou ao Ministério da Agricultura a prorrogação da janela de plantio, estendendo do dia 8 para 20 de janeiro, a fim de proporcionar a todos a oportunidade de replantar os grãos quando as chuvas começarem.
“Estamos basicamente fazendo um pedido a Deus para enviar água, e vamos aguardar para ver se há alguma produção nas áreas já plantadas. Também estamos considerando a possibilidade de plantar milho ou sorgo posteriormente. A única solução para nos ajudar é se Deus nos enviar chuva” conclui André Sgorla.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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