Seca e quebra da safra de milho afetam volumes transportados

Empresa de logística Hidrovias do Brasil anunciou uma revisão para baixo de suas projeções de movimentação do grão; Afetado pelo nível dos rios.

A queda acentuada na safra de milho do Brasil em 2021, por causa da seca e geadas, impactou também os volumes transportados, com sociedades de logística revisando para baixo suas projeções, como foi o caso da Hidrovias do Brasil na noite passada.

A Hidrovias, com operação de Norte a Sul do país, reduziu o guidance de volume transportado para 11,2 milhões a 13 milhões de toneladas, ante 15,8-16,9 milhões na previsão anterior.

“A revisão de 2021 ocorre em virtude de uma expectativa de redução das exportações de milho no Brasil para a safra de 2021 e um nível hidrológico atípico e abaixo de médias históricas na região do Corredor Sul”, afirmou a companhia.

A produção de milho brasileira está estimada pela estatal Conab em 87,7 milhões de toneladas, queda de 15,5% ante a temporada anterior, o que reduziu de forma diminuiu as expectativas de exportações e a oferta da matéria-prima para ração utilizada pela indústria nacional de carnes.

O baixo nível dos rios devido à maior seca em mais de 90 anos, que afeta as áreas principais hidrelétricas do país, também está impactando a navegação.

No corredor sul, uma companhia opera na hidrovia Paraguai-Paraná.

O Credit Suisse, em nota assinada nesta terça-feira por Regis Cardoso e Henrique Simões, destacou os fortes resultados trimestrais divulgados na véspera pela Hidrovias do Brasil –com a empresa voltando ao lucro com ganhos de 97,8 milhões de reais–, mas apontou um segundo semestre desafiador.

“Para o segundo semestre, a produção de milho e as exportações devem ser menores, o que levou a Hidrovias a revisão ou orientação para a Operação Norte para 4,5-5,1 milhões de toneladas”, disse o Credit Suisse, citando ainda que, no Corredor Sul, a empresa revelou uma situação “mais difícil ultimamente”, com o cenário mais provável da identificação de navegação em setembro e outubro “.

Em nota, a Hidrovias do Brasil apontou que “o cenário para o segundo semestre ainda se mostra desafiador e com baixa previsibilidade”.

A ação da hidrovias vem tendência de queda desde o início de julho, à medida que a seca se agravou, tendo recuado cerca de 35% do início do segundo semestre até agora.

Os problemas climáticos, além de impactarem custos das indústrias de carnes e exportações de milho, também afetaram outras companhias de logística, como a Rumo, que descontinuou seu guidance para o ano de 2021 em função da expectativa de redução da produção de milho.

No caso da Rumo, as ações se recuperaram 5% desde o início do segundo semestre, após terem reagido no início de julho e voltado a cair mais acentuadamente na segunda parte do último mês.

A Hidrovias, por outro lado, manteve os intervalos de orientação para o ano de 2025, “já que não houve mudança estrutural do plano de negócios da companhia e o ano de 2021 refletiu rara combinações de fatores externos atípicos e não recorrentes”.

A Hidrovias, contudo, revisou para baixo a expectativa de geração de caixa medida pelo Ebitda aplicável para um intervalo de 630-710 milhões de reais em 2021, ante 800-880 milhões na previsão anterior.

Para o ano que vem, a Hidrovias se mostrou otimista, ao citar os preços elevados internacionais das commodities e um cenário no qual produtores sejam incentivados a aumentar a área plantada e investimentos, “pode ​​resultar em maior produtividade e, consequentemente, incremento na produção “

Às 10:12, as ações da Hidrovias do Brasil caíam cerca de 1%, a 4,08 reais.

Fonte: Reuters

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM