
O Rio Grande do Sul, Paraná e outras regiões produtoras enfrentam perdas significativas nas últimas safras, com o Rio Grande do Sul perdendo “praticamente uma safra” em temporadas recentes como 2020/21, 2021/22 e 2022/23.
São Paulo, 14 – O risco de perdas recorrentes na produção de soja em virtude da intensificação das mudanças climáticas já é realidade no Brasil. O Rio Grande do Sul, Paraná e outras regiões produtoras enfrentam perdas significativas nas últimas safras, com o Rio Grande do Sul perdendo “praticamente uma safra” em temporadas recentes como 2020/21, 2021/22 e 2022/23, segundo o pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja, durante o podcast Soja Talks, da instituição.
“Aquilo que se projetava para ocorrer daqui a 50 anos a gente está vivenciando hoje”, alertou Farias. Com apenas 5% da área nacional de 45 milhões de hectares irrigada, o setor está altamente exposto aos veranicos – períodos prolongados de déficit hídrico associados a altas temperaturas, conforme definiu o pesquisador José Salvador Foloni.
A vulnerabilidade é especialmente preocupante devido ao papel estratégico da soja. “Não tem frango, não tem ovo, não tem suíno se não tiver soja”, ressaltou Farias, indicando como as quebras de safra afetam toda a cadeia do agronegócio brasileiro.
O pesquisador Foloni destacou que tecnologias básicas para mitigação de riscos ainda são subutilizadas. “Em muitos casos a gente vê agricultores não adotando adequadamente a técnica”, explicou, referindo-se a práticas como calagem (correção do solo com calcário) e gessagem (aplicação de gesso agrícola), que segundo ele são “práticas agronômicas para construir o perfil do solo para aumentar a capacidade de reserva de água”.
A construção de solos mais resilientes demanda investimentos de longo prazo. “Às vezes se leva 5, 6, 10, 15 anos para construir um perfil do solo”, explicou Farias, destacando que produtores que já adotam práticas conservacionistas têm desempenho muito superior em anos de seca.
A Embrapa está desenvolvendo variedades mais adaptadas ao calor e à seca, além de um novo sistema do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Segundo Farias, o sistema trabalha com “séries mínimas de 30 anos” de dados climáticos diários, não apenas médias mensais ou anuais.
“O produtor tem todo o custo para instalar a lavoura, mas deixa de vender o grão, deixa de pôr esse dinheiro no seu bolso”, destacou Farias, acrescentando que, com isso, “toda a sociedade passa a se afetar”, com impactos em vários segmentos que dependem da produção agrícola.
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