Após semanas consecutivas de estabilizações nos preços da arroba, mudanças começaram a ser sentidas no mercado físico do boi gordo e, na próxima semana, espera-se grandes impactos, observa a Agrifatto; confira
O mercado físico do boi gordo inicia a semana mantendo o padrão das negociações em grande parte do país, mas com uma variável significativa se destacando: o clima. A situação climática, principalmente o clima seco e as elevadas temperaturas no Centro-Norte, estão afetando decisivamente a condição das pastagens, o que pode complicar a retenção dos animais pelos pecuaristas.
De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Consultoria Safras & Mercado, a escassez de pastagens devido ao clima adverso está levando os pecuaristas a começarem a avançar nas escalas de abate em determinados estados, como São Paulo, Goiás e Tocantins.
“Em função disso, será complicado para o pecuarista reter os animais. As escalas de abate começam a avançar em determinados estados; é o caso do que está sendo evidenciado em São Paulo, Goiás e Tocantins”, diz Iglesias.
Após semanas consecutivas de algumas valorizações nos preços da arroba, mudanças começaram a ser sentidas no mercado físico do boi gordo, observa a Agrifatto.
“Ainda que a boa oferta de pastagem esteja permitindo ao produtor reter por mais tempo os animais no pasto, as indústrias estão conseguindo manter as programações alongadas, fazendo com que os preços do boi gordo se mantenham apenas timidamente pressionados para cima”, relatam os analistas.
Ontem (29/4), numa calmaria típica de segundas-feiras, a cotação do boi gordo (média entre animal “comum” e “boi-China) seguiu estável no mercado de São Paulo, em R$ 230/@, de acordo com dados da Agrifatto.
A média de preço da arroba nas demais 16 regiões monitoradas pela Agrifatto permaneceu em R$ 215,30/@. “Todas as 17 praças acompanhadas mantiveram os preços estáveis”, ressalta a consultoria. “Essa maior moderação na ascensão dos preços do boi gordo pode ser atribuída a um receio entre os pecuaristas em relação à chegada do período seco, o que acende um sinal de alerta quanto à necessidade de escoar o estoque da fazenda antes que o pasto seja comprometido”, acreditam os analistas.
Preços do boi gordo
São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias.
Os dados do CEPEA indicam que o mercado do boi gordo apresentou uma queda de 1,14% no dia 29 de abril. Essa diminuição acompanha uma tendência de desaceleração nos preços que vem sendo observada ao longo do último mês. Apesar disso, o cenário geral mostra um mercado ainda relativamente estável, com variações dentro de uma margem considerada moderada. Esses dados são importantes indicadores para os agentes do mercado, permitindo uma análise mais precisa sobre as tendências e condições atuais.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, houve uma queda nos preços da carne bovina no início da semana, com o quarto traseiro sendo precificado a R$ 17,30 por quilo, enquanto o quarto dianteiro foi cotado a R$ 13,90 por quilo. A ponta de agulha, por sua vez, teve seu preço fixado em R$ 12,80 por quilo. Essa redução nos valores pode ser atribuída a uma demanda mais fraca nos centros de distribuição, conforme relatado pela Agrifatto. No entanto, as expectativas de melhoria nas condições de mercado para a próxima semana, impulsionadas pela entrada dos salários na economia e pelo Dia das Mães, podem contribuir para um aumento no consumo de carne, o que pode afetar positivamente os preços.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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