Se preço do arroz subir, vai realizar novos leilões, diz Teixeira

O ministro destacou que o recente leilão realizado teve um “custo político”, resultando em demissões significativas dentro do Ministério da Agricultura, mas que foi necessário para combater a acomodação do mercado; confira

O governo brasileiro, por meio do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, reafirmou sua disposição em realizar novos leilões para a importação de arroz, destacando, porém, que essa ação só será relevante se os preços estiverem elevados. Teixeira enfatizou que, com os incentivos corretos para a expansão da produção, o Brasil possui todas as condições para se tornar um grande exportador desse cereal.

Os preços globais do arroz registraram um leve aumento de 0,5% em junho, refletindo um cenário de atenção no abastecimento interno. O governo diz está monitorando de perto os preços ao consumidor, em colaboração com produtores e indústrias, para identificar áreas onde a oferta pode ser ampliada e, assim, reduzir os preços nas prateleiras.

Teixeira argumenta que tanto o arroz quanto o leite são produtos que o Brasil não precisa importar e que, na verdade, tem potencial para exportar. “Arroz e leite são produtos que o Brasil não só não precisa importar, como pode ser exportador”, disse o ministro em conversa com jornalistas. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 traz uma série de incentivos voltados para o aumento da produção de arroz e para o fortalecimento da bacia leiteira.

O ministro destacou que o recente leilão realizado teve um “custo político”, resultando em demissões significativas dentro do Ministério da Agricultura, mas que foi necessário para combater a acomodação do mercado. A isenção da taxa de importação para países fora do Mercosul foi uma medida estratégica que contribuiu para a redução dos preços do arroz.

Valeu [o custo político de lançar o edital]. Nós tiramos a taxa de importação [para países fora do Mercosul]. Quando soltamos o leilão, isso incidiu na redução de preço do arroz. É um instrumento importante para não deixar faltar arroz, por isso estamos com o edital pronto. Se precisar vamos usar”, afirmou a jornalistas.

Estamos fazendo uma gestão semanal. O leilão tem sentido se preço estiver alto. Se tiver uma lógica de redução, achamos que não terá necessidade, mas não abrimos mão de ter a possibilidade de realizar o leilão”, completou.

Teixeira assegurou que o edital do leilão está pronto e pode ser utilizado se os preços se mostrarem desfavoráveis. Ele mencionou que, atualmente, o preço de pacotes de arroz está entre R$ 21 e R$ 25, e a meta é alcançar um patamar saudável em torno de R$ 20.

Com as condições certas, o governo menciona projetar um aumento significativo na produção de arroz, incentivando a conversão de lavouras de milho e soja para o cultivo do cereal, especialmente em estados como Goiás. O ministro afirmou que a produção de arroz na região pode dobrar, passando de 60 mil para 120 mil toneladas, o que deverá impactar positivamente os preços.

Vai haver conversão de muitos produtores de milho e soja para o arroz. Em Goiás, já se produz 60 mil toneladas do cereal e poderá passar para 120 mil toneladas. Isso vai diminuir o preço do arroz”, garantiu. Segundo ele, se os preços caírem, o governo poderá aproveitar para recompor os estoques públicos “com cuidado”.

Além disso, o Plano Safra oferece juros mais baixos para a produção de alimentos básicos, o que deve estimular o plantio e a expansão da área dedicada ao arroz. Para estimular o cultivo do cereal, o governo está considerando a implementação de contratos de opção de venda, que garantiriam um preço de compra atrativo para os produtores. Teixeira ressaltou que essa medida será implementada em conjunto com o setor produtivo e estará sempre subordinada à gestão de preços.

Tudo está subordinado a essa gestão de preços. O edital para leilão está pronto e agora [estamos preparando] os contratos de opções para fazer gestão de preços. Se precisar, vamos lançar. E fica subordinado ao valor que está chegando na prateleira dos brasileiros”, explicou.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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