“Se o pessoal do campo parar, o pessoal de paletó e gravata morre de fome”, diz Bolsonaro, além de torcer pela queda da taxa básica de juros (Selic).
O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a afirmar nesta quarta-feira, 11 de dezembro, que torce pela queda da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 5% ao ano. “Só a taxa de juros – espero que caia mais – equivale a menos R$ 97 bilhões que vamos pagar ano que vem”, disse Bolsonaro, quando afirmava que o governo faz esforços para melhorar a economia. Nesta data, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciaria a decisão de baixar ainda mais a taxa Selic. A expectativa do mercado era de um corte para 4,5%, o que de fato ocorreu.
O presidente também reclamou de críticas feitas à medida provisória da Regularização Fundiária, anunciada ontem e publicada na manhã desta quarta no Diário Oficial. “A MP de ontem… já estão criticando. Impressionante. Se o pessoal do campo parar, o pessoal de paletó e gravata morre de fome”, afirmou o presidente.
Bolsonaro disse que a mudança na legislação dará dignidade ao produtor rural. “Vão poder buscar recursos em banco. Vão produzir mais.”
O presidente disse, ainda, que a população passaria fome se o governo mantivesse a mesma política do governo anterior. Ele afirmou que, no passado, o “sonho” dos brasileiros era comprar uma fazenda. “Hoje, o sonho é vender. Ninguém quer ficar. Só ataque o tempo todo”, comentou. “Deus nos deu as commodities. No campo e embaixo da terra. Embaixo da terra vai acabar um dia. No campo vai se exaurir. Continua a política errada, ainda lá de trás, que estamos tentando mudar para tratar o homem do campo”, afirmou o presidente.
A Medida Provisória (MP) assinada ontem, inicia o processo para regularização definitiva das ocupações em terras da União. Ela propõe a simplificação e a modernização da análise necessária para a concessão de títulos, destinados, em sua maioria, a pequenos produtores – com destaque para os assentados.
Ao mesmo tempo, a MP determina que os beneficiados cumpram o Código Florestal, transformando-os em parceiros no combate ao desmatamento ilegal. A medida deve beneficiar cerca de 300 mil famílias que detém cerca de 80 hectares cada, instaladas em terras da União há pelo menos cinco anos.
Adaptado de Revista DBO