O ano passado caracterizou-se pela dificuldade econômica e pelos percalços políticos vigentes desde 2015.
Esse cenário foi um desestímulo a investimentos, por um lado e, insegurança para vendedores de terras, um ativo seguro. Foi um ano caracterizado por poucos negócios.
No último trimestre do ano a situação econômica começou a dar indícios de melhora e, segundo levantamento da Scot Consultoria, neste período aumentaram as consultas aos corretores em diferentes regiões, porém não suficientes para aumentar gerar negócios.
Em relação aos preços médios das terras destinadas a pastagem, eles permaneceram estáveis ao longo do ano.
Apesar desse quadro de marasmo, investimentos em infraestrutura, nos estados pesquisados pela Scot Consultoria podem estimular em médio e longos prazos a movimentação no mercado de terras.
Nas regiões nordeste, norte de Minas Gerais e no Espirito Santo a seca foi um fator a mais de “desmotivação” para os negócios. No caso da Bahia, no Vale do São Francisco já são seis anos de chuva abaixo do normal climatológica.
Investimentos em infraestrutura.
Apesar desse quadro de marasmo, investimentos em infraestrutura, nos estados pesquisados pela Scot Consultoria podem estimular em médio e longos prazos a movimentação no mercado de terras.
Na Bahia, o governo estadual no começo de 2017, avançou nas conversas com empresários chineses para viabilizar recursos para dois grandes projetos, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste e o Porto Sul de Ilhéus. Da mesma forma em maio, o governo formalizou com 160 municípios um consórcio para a manutenção de cerca de 3 mil quilômetros de estradas asfaltadas, além de estradas rurais em 62 cidades do interior do estado, que favoreceriam um maior escoamento da produção agropecuária.
No Espirito Santo, o governo estadual na tentativa de combater os riscos da estiagem, está construindo barragens nos municípios de Itarana, São Gabriel da Palha, Pedro Canário e São Domingos do Norte, entre outros.
Em Goiás, foi implementado um avanço na infraestrutura rodoviária com a manutenção da Rodovia BR-153 uma das mais importantes vias de escoamento da produção da região Centro-Oeste e Norte, em um trecho de mais de 600 quilômetros entre os estados de Goiás e Tocantins, favorecendo a futura recuperação de negócios.
No Maranhão, no primeiro semestre aumentou a expectativa da possível liberação para compra de terras por estrangeiros já que este é um estado, com as demais unidades que compõe o Matopiba, alvo de investidores externos, fato que não se concretizou ainda. No segundo semestre teve uma melhora nas condições climáticas, aumentando as consultas no sul do estado.
Em Mato Grosso, no início de novembro, representantes de investidores chineses e a construtora brasileira Fumagalli anunciaram um projeto de construção de trinta silos de armazenamento de grão, totalizando R$1,5 bilhão de investimento.
No Mato Grosso do Sul, a tendência é que mais áreas de pastagens sejam convertidas em agricultura, principalmente para produção de celulose.
No Pará, em julho de 2017 o governo paraense aprovou o estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) da Ferrovia Paraense e definiu os próximos passos do processo licitatório. O empreendimento terá 1,3 mil quilômetros, na direção Norte-Sul, até o Porto de Barcarena, na região metropolitana de Belém. Sendo mais uma obra de infraestrutura que valorizará o seu entorno.
Outro investimento que pode trazer melhoras no escoamento da produção é a pavimentação da rodovia BR-163.
Rondônia, foi marcada em 2017, por investimentos em infraestrutura e logística, como por exemplo a dragagem do Rio Madeira que permitirá a navegação nos períodos de seca, este projeto aumentará a navegabilidade de Porto Velho-RO a Manaus-AM, agilizando o escoamento da produção.
Outro fator estimulante foi a concessão de trecho da BR-364, entre Porto Velho-RO a Comodoro-MT.
Causas de desinvestimento
Em Minas Gerais, foi um ano de muita seca, em dezembro foi decretado situação de emergência em 256 municípios, a maioria deles localizados no centro-norte de Minas Gerais.
Em Pernambuco, 2017 foi marcado pela seca com os índices pluviométricos ainda estão menores do que os da média histórica, fator limitante na concretização de negócios.
Outras considerações
No Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins não foram verificados projetos de infraestrutura capazes de interferir nos preços da terra, o mercado de terras para pastagens nestes estados foi caracterizado por poucos negócios.
No Rio de Janeiro, embora haja pouca movimentação no mercado de imóveis rurais, o mercado de terras ao redor dos grandes centros urbanos parece estar ganhando fôlego.
No Rio Grande do Sul, as pastagens, cujas cotações são maiores diferente de outros estados, são as nativas, em função das características produtivas destes capins. Em Passo Fundo o preço pode ultrapassar os R$15 mil/ha, mas os negócios estão travados.
Com informações da Scot Consultoria.