Santa Elba Señuelo: Conheça o legado de um ícone da Raça Crioula

O raçador Santa Elba Señuelo teve milhares de filhos, dos quais centenas deles foram premiados em diversas competições; garanhão foi importado pelo criador Maneca Costa

Conheça a história de Santa Elba Señuelo (Las Mercedes Taco x Santa Elba Presumida), um dos maiores garanhões da raça Crioula, nascido em 30 de agosto de 1977, no Chile, no Criadero Santa Elba, em Curicó. Importado para o Brasil por Maneca Costa, da Cabanha Santa Angélica, em 1980, ele viveu até 13 de dezembro de 2010, tornando-se um dos cavalos mais longevos da raça, com 33 anos.

O cavalo Crioulo tem sua origem nos equinos Andaluz e Jacas espanhóis, trazidos da península ibérica no século XVI pelos colonizadores. Estabelecidos na América, principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres, formando manadas selvagens que, durante cerca de quatro séculos, enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação.

Señuelo se destacou tanto pela sua funcionalidade de sua prole quanto pela sua capacidade reprodutiva. Apresentava uma estrutura robusta, pelagem preta e um selo racial inconfundível. Suas características morfológicas, como boa descida de perna e excelente profundidade de tórax, o tornaram um dos mais importantes da raça.

Sua importância vai além da aparência: Señuelo foi pai de 1.117 filhos, dos quais 225 foram premiados em diversas competições. Seu legado se estende ainda mais, com 1.578 netos também premiados. Entre seus descendentes diretos, 55 chegaram às finais do Freio de Ouro, incluindo campeões como Cônsuelo do Infinito (Freio de Ouro em 1995), LS Balaqueiro (2004) e PN Cambasso (2017). Além disso, cinco de seus netos também chegaram às finais, perpetuando sua excelência genética.

Um dos feitos mais notáveis que envolvem Señuelo foi a introdução da monta controlada no Brasil, um método que aprimorou a reprodução equina, em que vigorava até então a monta em manadas. Esse legado revolucionou a criação de cavalos Crioulos, consolidando a linhagem de Señuelo como uma das mais influentes e respeitadas.

Na Cabanha Santa Angélica, onde viveu por 28 anos, Señuelo foi mais do que um cavalo; ele foi um símbolo de excelência, transformando a criação de Crioulos e elevando os padrões da raça no Brasil. Sua genética superior, aliada ao seu temperamento inigualável, fez dele um dos reprodutores mais influentes da história.

Hoje, seu nome é sinônimo de qualidade e seu legado permanece vivo, impactando gerações de Crioulos e continuando a inspirar criadores em todo o Brasil.

Santa Elba Señuelo (*30/08/1977 +13/12/2010) não é apenas parte da história; ele é a história viva da raça Crioula.

Aos 33 anos, foi um dos maiores expoentes da Raça Crioula que já existiu. Señuelo morreu de causas naturais deixando mais mil descendentes diretos. Señuelo foi um dos melhores exemplares da Raça, funcional e morfologicamente. Imprimia sua genética chilena por onde passava, sempre produzindo grandes campeões.

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Maneca foi determinante para o avanço do Crioulo

Pioneiro no manejo genético da Cabanha Santa Angélica, de Pedras Altas/RS, Maneca iniciou sua vida de maneira muito simples e singela, lidando com o campo e a criação de ovelhas de seu pai que, inclusive, era motivo de orgulho para ele e para a família. Segundo ele, “um homem do campo é um homem simples, é assim que somos felizes”. Ainda muito jovem desenvolveu o gosto por cavalos, nutrindo o desejo de ser cavaleiro. Desejo que mais tarde foi atendido e, a partir daí, sua história junto à raça deram os primeiros passos.

João Manoel Cordeiro Costa, mais conhecido como Maneca, nos deixou em fevereiro de 2023. O criador ocupou o cargo de presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) de 1989 a 1991. “Maneca” faleceu em Pelotas (RS), aos 83 anos, vítima de problemas cardíacos.

Segundo a ABCCC o criador executou uma trajetória determinante para o avanço do equino Crioulo, conquistou uma série de amigos e admiradores de seu trabalho visionário e assertivo em sua criação. Entre os anos 80 e 81 trouxe para o Brasil toda a desenvoltura e mansidão que os chilenos carregavam em sua seleção centenária, ao adquirir dois exemplares: Santa Elba Señuelo e La Amanecida Muchachita.

A partir de cruzamentos bem planejados, visando funcionalidade e mansidão, nasceu um dos garanhões mais emblemáticos da raça, o Muchacho de Santa Angélica. Neste momento surgia muito mais que um cavalo, mas um potente legado genético que mudaria o rumo do Crioulo no Brasil.

Remate Anual Criollos - foto Jose Guilherme Martini - LaInvernada Uruguay
Foto: JG Martini

Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos

Em 1932, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos – ABCCC, com a missão de preservar e difundir o cavalo Crioulo no país.  Cinquenta anos depois, a prova do Freio de Ouro veio para ficar, tornando-se uma importante ferramenta de seleção, uma vez que motivou a otimização da raça, tanto morfológica quanto funcionalmente. A transmissão da prova pela televisão aumentou a visibilidade do cavalo Crioulo, cujo universo movimenta anualmente R$ 1,28 bilhão. Hoje são mais de 300 mil animais distribuídos em 100% do território nacional. 

Parte do texto foi extraído das redes sociais da Cabanha Quibaana, de Piedade – SP.

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