Saiba como escolher o melhor feno para gado em áreas tropicais

O sucesso na pecuária requer uma alimentação efetiva para os animais, e o feno emerge como uma prática consolidada nesse processo.

Existem diversas abordagens para alimentar animais, mas para garantir o sucesso na pecuária, é essencial adotar métodos eficazes de alimentação. O feno é reconhecido como uma prática consolidada nesse processo.

Entretanto, você tem pleno conhecimento sobre o que exatamente é o feno, os diferentes tipos disponíveis e os melhores para áreas tropicais?

O feno consiste em materiais ceifados e secos, destinados à alimentação animal. Além de enriquecer a dieta, o feno é frequentemente utilizado como uma alternativa viável de alimentação. A composição do feno pode incluir gramíneas, leguminosas ou plantas herbáceas. Considera-se de boa qualidade quando apresenta uma coloração verde, não é excessivamente espesso e inclui todas as partes da planta (caule, folha e cabeça).

Independentemente da composição específica, todos os tipos de feno são empregados na forragem animal, especialmente em animais de grande porte, como gado, equinos e caprinos, na pecuária a pasto.

Outros usos do feno:

Não se restringe apenas ao setor agropecuário. Sua aplicação estende-se também à alimentação de animais de estimação, como coelhos e porquinhos-da-índia.

Vale ressaltar que na pecuária, porcos podem ser alimentados com feno, embora não o processem tão eficientemente quanto animais ruminantes, o que constitui um aspecto crucial. O feno se apresenta como uma alternativa viável para servir como forragem em cochos, quando a pastagem é insuficiente ou as condições climáticas desfavorecem o pastoreio. Ademais, é útil para animais que precisam ser mantidos em estábulos ou celeiros, especialmente durante períodos como a gestação das fêmeas.

Composição do Feno

  • Diversos tipos de gramíneas;
  • Azevém (Festuca arundinacea);
  • Aveia;
  • Coast-cross;
  • Tifton;
  • Cevada, entre outras variedades, dependendo da região.


É também possível que o feno contenha leguminosas, como alfafa e trifólio. No entanto, é crucial tomar precauções na colheita de leguminosas destinadas à fenação, garantindo que sejam colhidas antes da floração.

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Foto: Fazenda Serrinha, Mato Grosso

Impacto climático na produção

O feno é extremamente suscetível às condições climáticas, especialmente durante o momento da colheita. Em situações de seca, a produção de sementes e folhas é prejudicada, resultando em hastes grossas e secas no feno, o que reduz significativamente seu valor nutricional.

A atenção ao clima também se estende ao tempo atmosférico, pois o feno pode estragar se estiver excessivamente úmido, mesmo antes de ser devidamente enfardado.

Qual o melhor feno para áreas calorosas?

O zootecnista Tiago Felipini, especialista em nutrição animal e pecuária é um dos embaixadores de conteúdos do Giro do Boi, citou os melhores tipo de feno para essas áreas:

Transvala

O capim transvala é uma variedade de capim que é conhecida por sua alta produtividade e resistência a doenças. Ele é geralmente cultivado em solos bem drenados e é capaz de crescer em condições de seca moderada. O capim Coast Cross (transvala) apresenta todas as características morfológicas e valor nutritivo de uma boa forrageira para produção de feno. Além disso, pode ser utilizado em pastejo direto com equinos, ovinos, bovinos em lactação ou na recria de bezerros de leite e corte.

Com teores de proteína bruta, variando entre 10,9 a 23,4% na época das chuvas e de 9,6 a 18,1% na época seca. O teor de fibra em detergente neutro (FDN) variou de 60 a 73% nas águas e de 61% a 72% na seca.

Tif 85

O Tif 85 possui características perenes e adaptação eficiente a climas tropicais e subtropicais, destacando-se pela maior produtividade, melhor qualidade e maior tolerância ao frio. Testes realizados revelaram uma produção de matéria seca 26% superior e uma digestibilidade 11% maior, além de maior suculência em comparação com a Coastal, a variedade de Cynodon spp. mais cultivada no Brasil.

No que diz respeito às características do gênero Cynodon, a estacionalidade na produção de matéria seca ao longo do ano é altamente valorizada pelos produtores de forragem. Originário da África Tropical, especificamente de regiões de baixas latitudes como Quênia, Uganda, Tanzânia e Angola, o gênero apresenta ciclo fotossintético C4. Essas características são típicas de plantas que prosperam no verão, com crescimento significativamente reduzido durante os meses de inverno. O crescimento satisfatório do sistema radicular e da parte aérea das gramas bermudas, ocorre quando as temperaturas ultrapassam 15,5 e 12,7ºC, respectivamente, devido à fotossíntese máxima em torno de 30 – 35ºC nas gramíneas tropicais.

Como e por que tratar o feno para gado?

Assegurar a qualidade nutricional do feno para gado requer um tratamento adequado, começando pelo corte das espécies utilizadas no estágio apropriado de maturação. Este cuidado assegura a preservação máxima do valor nutricional do feno, sendo fundamental evitar a colheita em períodos chuvosos para prevenir o excesso de umidade.

Quanto à umidade, o feno deve ser seco ao sol ou em ambientes bem ventilados, buscando atingir um teor ideal de aproximadamente 15%. Posteriormente, armazene-o em locais secos e arejados para evitar a deterioração.

Procedimentos de secagem e armazenamento

Recomenda-se compactar os fardos de maneira eficiente, protegê-los contra chuva e umidade, além de empilhá-los em locais elevados para evitar o contato direto com o solo. A atenção à secagem e armazenamento é essencial para prevenir o desenvolvimento de fungos e mofo, fatores que podem degradar nutrientes e tornar o feno inapropriado para o consumo animal.

Antes de disponibilizar o feno para gado, uma análise cuidadosa da cor, cheiro e textura é crucial para identificar indícios de deterioração ou contaminação. Caso seja identificado como mofado, sujo ou com odor desagradável, é recomendável descartá-lo.

Mais do que uma medida de segurança, a remoção de impurezas contribui para a aceitação e consumo mais eficiente pelos animais, assegurando uma melhor absorção dos nutrientes.

Por fim, ao fornecer o alimento, é essencial considerar quantidades adequadas às necessidades do gado. Além disso, disponibilize-o em cochos limpos e espaçosos, minimizando desperdícios. O monitoramento constante do consumo também é valioso, permitindo ajustes conforme necessário.

Ao adotar essas práticas, é possível maximizar a qualidade nutricional do feno para gado, prevenir problemas de saúde, reduzir desperdícios, promover maior palatabilidade e garantir um manejo eficiente na alimentação do rebanho.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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