A cadeia de suprimentos, por exemplo, oferece muito mais valor quando é gerenciada com base nos dados enviados em tempo real.
O agronegócio está cada vez mais atrelado à sistemas, softwares, processos automatizados e outras tecnologias que coletam e analisam dados críticos em todas as etapas, desde a preparação do solo até a logística dos mais variados produtos.
Com os crescentes desafios provenientes do aumento de custos e mudanças climáticas, é hora de dar um passo adiante e começar a pensar em ir além da Inteligência de Negócios (Business Intelligence – BI) e adotar a Inteligência Ativa, extraindo ainda mais valor dos dados coletados por todas as soluções de IoT.
O novo modelo está centrado no conceito de que os dados certos coletados no momento certo podem ser analisados da melhor forma, compartilhados de maneira otimizada e usados para produzir ainda mais vantagem competitiva. Para obter esse diferencial (especialmente considerando o impacto e a relevância de Big Data, Analytics, IoT, Machine Learning e diversas outras inovações computacionais relacionadas à indústria do agronegócio), um novo conjunto de competências é necessário para aproveitar os ativos de dados gerados nos campos.
Desvendando a Inteligência Ativa
O agronegócio, assim como outros setores, demanda maior agilidade para a tomada de decisões, com inteligência proveniente de informações atualizadas em tempo real, acionadas para desencadear ações imediatas.
A cadeia de suprimentos, por exemplo, oferece muito mais valor quando é gerenciada com base nos dados enviados em tempo real. Combinando os mais recentes índices de vendas, dados econômicos e sazonais com estoque, logística e outras variáveis do lado da oferta, é possível tomar decisões just-in-time mais assertivas.
Essa assertividade é possível porque as ferramentas de Inteligência Ativa integram informações de várias fontes e tipos, combinando dados atuais e históricos, e criam conjuntos dinâmicos e insights acionáveis com muito mais agilidade, e com alertas personalizados.
Uma indústria cada vez mais automatizada
Analistas estimam que o tamanho do mercado global de robôs agrícolas cresça irá crescer de US$ 4,9 bilhões em 2021 para US$ 11,9 bilhões até 2026, a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 19,3%. O uso de robôs agrícolas também pode ajudar os agricultores a reduzir o uso de insumos – pesticidas, herbicidas e fertilizantes – o que impulsionará a sustentabilidade no agronegócio.
Na mesma linha da robótica o uso da tecnologia IoT promete ajudar a tornar a agricultura e as cadeias de suprimentos agrícolas mais eficientes e, por sua vez, mais sustentáveis.
De acordo com um relatório de pesquisa de mercado publicado pela Meticulous Research, espera-se que o mercado agrícola global de IoT cresça a um CAGR de 15,2% de 2019 a 2027, atingindo um valor de US$ 32,7 bilhões até 2027.
O uso das tecnologias de IoT no agronegócio é muito amplo, desde o uso de drones para verificar ou pulverizar plantações até a utilização de estufas e sensores inteligentes para maximizar os rendimentos e reduzir o uso de recursos.
Esse é um mercado que tem muito espaço para se expandir no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), o Índice Agrotech, que mede o nível de automação do agronegócio brasileiro, teve um aumento de 12,5% entre 2019 e 2021. Isso indica que o setor precisaria evoluir 82 pontos de um total de 100 para atingir uma automação plena.
Mas, sem a capacidade de transformar os dados enviados pelos sensores em insights, nenhum valor é gerado por toda a tecnologia embarcada nos equipamentos. Esse é o cenário ideal para a adoção da Inteligência Ativa.
por Marcos Roberto Pinotti, diretor de engajamento da kron digital
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