Do Oiapoque ao Chuí a cavalo, livro resgata a história dos três cavaleiros que percorreram quase 20 mil quilômetros na década de 1990 para divulgar o manga-larga machador
O que mudou no Pedroca de 1991 para o Pedroca de 2020? Nada! A resposta firme e segura diz muito sobre quem é o cavaleiro que protagonizou, ao lado de Jorge Aguiar e José Reis, a Marcha Brasil 14 Mil, reconhecida como a de maior distância no país até hoje. Pedro Luiz Dias de Aguiar, o Pedroca, tem 88 anos, mora em Dourado, no interior de São Paulo, e segue planejando novas cavalgadas enquanto vê seu livro “Marcha Brasil 14 Mil – Três Homens, Sete Cavalos e um País Continental” chegar em outros países com uma edição internacional saindo do forno.
Lançado em 2017 pela COMG Editora, o livro, que conta a história da cavalgada de longa distância, que entrou para o Guinness Book (1994) como maior distância no país, terá sua 2ª reimpressão em português e a 1ª edição em inglês em outubro. A obra será distribuída gratuitamente para bibliotecas brasileiras, a da Royal Geographical Society of London, onde Pedroca está registrado como cavaleiro de longas distâncias, e núcleos da Associação dos Criadores do Cavalo Manga-larga Marchador nos Estados Unidos e Alemanha.
“Foi a realização de um sonho. Aquilo que vivemos contamina de tal jeito que não sai mais da gente”, diz o cavaleiro, quase trinta anos depois. “A Marcha é lembrada até hoje por quem participou, por quem viu os cavaleiros chegarem e saírem de suas cidades, por apaixonados pela raça equina e até por quem nem tinha nascido, mas leu tempos depois sobre o feito.
Isolado em sua fazenda Bela Vista desde o início da pandemia, mas cheio de vitalidade, Pedroca se prepara para uma nova cavalgada de longa distância, que começa no dia 26 de agosto, ao lado do companheiro de muitas viagens, Sebastião Malheiro Neto, um dos principais entusiastas e organizadores da Marcha Brasil 14 Mil.
“Vamos sair de Dourado para São João da Boa Vista, parando em Aparecida com uma comitiva que estará por lá, e então seguiremos da nascente do Rio São Francisco – percorrendo ele todo – para o Norte, rumo ao Sergipe”, conta ele. “A ideia é que dure de cinco a nove meses.”
Além do livro, que reúne o diário escrito por Pedroca entre 1991 e 1993, documentos do percurso, fotos dos lugares, pessoas e objetos, e depoimentos editados pela jornalista Maria Esther Martinho, a história dos três cavaleiros vem sendo contada nas redes sociais, numa página do Facebook criada especialmente para interagir com tantos envolvidos que se emocionaram, viveram junto essa aventura e hoje relembram o grande feito.
Dica de leitura: Marcha Brasil 14 Mil – Três Homens, Sete Cavalos e um País Continental. O livro pode ser adquirido através do site da editora, clicando aqui.